sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mensagem de amor

E de repente, todas as palavras foram pra você. Cada combinação dos versos, as rimas de amor. Os sentimentos honestos dos poetas viram um motivo para uma história. De repente, você se tornou herói. Defeituoso e incompleto, brilhante. E, como num filme, você virou poesia, caixinha de música, composição de Mozart.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Da vontade firme

Ela aguentou. Você sabe? E acha que a maior parte do tempo só pra mostrar que conseguia. Conseguia mudar ou se adaptar, adequar-se, ela conseguiria, se isso mudasse algo. Conseguiria só pra mostrá-lo que se realmente quisesse, ela mudava de verdade. E nascia de novo. Por um tempo ela fez, queria prová-lo e provar a ele. Mudou as roupas, os cabelos, o jeito de falar. Os filmes que via agora eram cheios de conteúdo e a comida que gostava mudou de gosto. Por um bom tempo, ela só queria comprovar que podia fazer o que quisesse. Menos, ela descobriu, menos o que não acreditava. Era movida a fé cega. Não queria tê-lo deixado e, sabia, toda a mudança valia pouco quase nada. Ainda era uma pequena egoísta, impossibilitada de dividir-se e dividir. Mas, continua firme em seu propósito de esconder, de agüentar, de conseguir. E sabe que é capaz de conseguir se aguentar firme, sabe?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

She's back

A volta da ansiedade. Uma frase de quatro palavras e a certeza de uma sentença. Quando acordou e prorrogou por horas o momento em que teria que levantar, sabia que seria uma segunda difícil. Não mais que as outras. Ou, um pouco. Na verdade, nunca teve problemas com as segundas. Ela mesma nunca foi muito primeira. Era nota oito e meio na escola, depois oito na faculdade e, antes disso, só passava em segunda chamada nos vários vestibulares que prestou. Um número, nada mais. E a dificuldade de lidar com eles. A volta definitiva da ansiedade. Palavras que se desenhavam na sua cabeça e não correspondiam a nenhum sentido conhecido antes. Sabia que queria escrever, sabia que queria contar o que realmente pensava, mas, mais uma vez, ou pela quarta vez, usou metáforas pobres e ficou muda ao telefone. Só sabe dizer o que quer no momento errado e com as expressões alteradas. A volta da ansiedade. O frio sem nome na barriga, a falta do lado da cama, certas incertezas, medos sem destinatários, cartas para ninguém.