segunda-feira, 25 de julho de 2005

2005

Terça-feira, Julho 26, 2005


Eu não queria gostar tanto assim. Não queria me sentir dependente e ter vontade de estar em cada minuto insignificante da minha vida. Eu não queria ter que ficar procurando e pensando onde está sem mim. E chorar quando não está. E esperar. Eu não queria gostar tanto assim. Eu não. E mudar minha vida e aceitar de bom grado abandonar-me por causa. Eu deixei que entrasse, mudasse, vivesse comigo sem saber se seria assim só pra mim. Porque mais uma vez eu só consigo ficar pensando: você, você, você... Mas eu não quero. Eu não quero gostar tanto assim.
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Domingo, Julho 17, 2005


Fica comigo hoje? 
Eu não posso voltar assim. Eu quero você como nunca. Te dizer tchau foi me separar de uma parte do que eu não aprendi a viver com essa nova parte que não está aqui. To sentindo a tua falta como se nunca tivesse te visto na vida, como se você fosse um colega de escola que tivesse morrido, um pássaro que cantava todas as manhãs, uma mão no meu corpo que não está mais lá. To sentindo a tua falta como se nunca mais fosse te encontrar. Fiquei andando com o celular pela casa, aquela onde você não está. Fiquei imaginando você chegando na sua, sozinho, quieto, indo tomar um banho quente e tendo que ler páginas e páginas de um livro que você vai assinar. Meu pequeno talento. Aquela cidade que vai ter sempre o seu sorriso de canto. Eu perdi o controle. Eu não tenho mais medidas e te amo desesperadamente. Fico torcendo pra que os dias passem rápido, pra que a vida mude, pra que eu esteja ai. Mas voltei pra casa, você me deixou aqui, e ouvi vozes que gritavam, que não eram as tuas doces, as sussurradas, as adormecidas. Dormi vendo televisão por dez minutos, acordei num colo que não era teu, mas tinha certeza que tua mão é que estava na minha cabeça, que era no teu corpo que eu descansava e abri os olhos chorando, de novo, porque de você, só o cheiro na minha mão, que desde ontem insiste em não sair. Quer casar comigo? Ver minha cara inchada de manhã, dividir o café e reclamar da minha mania de sair de casa com o cabelo molhado? Deixar esse cheiro todos os dias, a ansiedade suprida pela sua presença, a lágrima seca porque você está ali. Fica?
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Sábado, Julho 09, 2005


Se no inverno as pessoas usam preto porque preto é a cor que absorve mais calor, 
EU QUERO VIRAR UMA NEGONA!!! 

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Quarta-feira, Julho 06, 2005


Sabe quando você acha que deu? Eu acho. Cansei das piadas, da falta de humor, dos tapas. Cansei de me sentir mal e de ficar inventando histórias pra desacreditar de tudo. Cansei de ter que ser eu a procurar, de não ouvir respostas, de frisar meu rosto por causa disso. Cansei de escrever textos em terceira pessoa e fazer de conta que não é comigo, não é comigo, nunca não é comigo. Eu vou viajar. Vou descansar desse pequeno mundo, com essas pequenas pessoas de pequenas idéias em pequenas cabeças. Vou pra longe de mim mesma e dessa história que criei sobre mim. Não vou levar nada comigo, nem lápis, nem lápis, nem lápis. Cada conto vai ficar aqui. Cada canto. Eu vou renascer errada, vou ser feia e irônica e esperta e mentirosa quando preciso e precisa quando preciso e canalha e malandra. Cansei de lutar para ser, de não ver resultados, de não encontrar cuidado, de implorar por atenção. Eu cansei de não ter. Eu vou embora. Eu vou embora e se quiser dar tchau eu atendo o telefone.
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Segunda-feira, Julho 04, 2005


Auto-piedade sim, e por que não? 
Só. Extremamente só. Com sonhos abandonados e me sentido incompreendida. Silêncio, por favor. Hoje eu quero apenas, uma pausa de mil compassos. Queria que você tivesse dito que me amava. Queria que você tivesse dito também. Não consigo me sentir de forma alguma especial. Eu que sempre achei que teria tudo o que quisesse, apenas porque achava que merecia. Eu sou só como as outras, sem nenhum atrativo, sem inteligência o bastante, sem beleza o bastante, sem nada de novo. Vocês não puderam fazer com que eu me sentisse melhor. Eu não pude ser alguém diferente, não posso oferecer nada, acrescentar nada. Mais cedo ou mais tarde você descobriria isso. Mais cedo ou mais tarde você vai descobrir, e me deixar, e encontrar alguém que mora longe e que é melhor. Porque o mundo não é todo pra mim, eu não consigo fazer todas as coisas que eu sonho fazer, eu não vou ser melhor, nem fazer melhor, nem nada mais. Eu sou uma mulher qualquer. Ver-se comum, ver-se qualquer, dói, ver que seus sonhos são como de qualquer outra pessoa. Que os sonhos não se realizam, que os príncipes não descem dos seus cavalos, que você não tem um destino a cumprir. Vai, Carlos, ser gauche na vida. Maldito anjo torto. 

De Porta Aberta - Los Hermanos 

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Sexta-feira, Julho 01, 2005


Uma reação adversa. Não esperava esses pensamentos. Sentiu que deixou para trás, em definitivo, uns cinco, seis anos da sua vida e não havia nem sombra de certeza da escolha do caminho. Sabia que tinha escolhido e se prendeu às vozes que acreditam que o melhor mesmo é sair do vai-não-vai. Ela estava mais confortável antes, podia pensar o que quisesse e agir assim também. Tudo bem, pensava. Nunca antes tinha sido tão enfática, tão sincera e tão decepcionada. Falou o que achava importante e não ouviu nada. Continuou no escuro, só que dessa vez estava nua e sem ter onde se esconder. A forma fácil que ele propôs foi fugir. Não suportou ouvir, não queria. Ele mesmo, depois ela soube, não sabia por que estava ali. Estava agindo um pouco menos racional que de costume e ela exigia mais dele. Mais do que ele podia ser, mais do que ele sabia dar. Disse que gostava de estar ali porque era com ela que não se sentia pressionado. Para ela, isso não bastava. Ela é Joana de Áries, é intensa, inteira, apaixonada. E assim foi que o deixou, numa esquina que, sabe, vai ter aquele abraço mal dado, a ansiedade por ouvir mais, a falsidade dos atos. Tchau, e deixou-o, pela primeira vez.