quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

2008

Quarta-feira, Dezembro 24, 2008


“It's always better on holiday 
So much better on holiday “ 

Tem que ser melhor que ontem, não acha? Por que, eu pergunto, o que foi esse passado? O que foram esses últimos dias? Eu não sei responder, aposto que você tampouco. Os amigos que presenciaram a minha ausência e estiveram do seu lado não falam mais. A regra do silencio impera. E, a partir de agora, não sei mais onde os acentos serão colocados. Você fica do meu lado? Eu devo dormir sozinha? Agimos como estranhos ou como sempre? Eu também deveria ter dito que há um novo começo apontando para mim. Um novo com nome velho, mas no que isso importa? Apenas eu sei que preciso de uma base lá, onde você não está mais , onde não vejo você na televisão ou pisca seu nome em alguma revista de moda. Tem que ser melhor que ontem, você não acha? O fim desse é o começo de lá, o que é bom, mas não é tudo. Eu quero um novo, pra ver o que acontece. Se você quiser, venha junto. Isso, você mesmo. Quer vir? Oi? Quer? Sou sempre eu quem pergunto. 


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Terça-feira, Dezembro 16, 2008


2008 foi um ano ruim. 

Pena que já escreveram esse livro. Parece que 1933 também não foi um ano bom. 




Sábado, Novembro 29, 2008


Você se preocupa? Sabe a dimensão dos pequenos gestos? A importância das ligações madrugada a dentro? O tamanho do estrago que as histórias causam? Falta sossego nas minhas manhãs, perspectiva, paixão. Não há sonho bom, não há alegria, nem esperança quando ouço seu nome ou satisfação por saber dos seus mínimos detalhes. Você se preocupa? Você sabe que é isso que está se passando do outro lado da linha? Não, eu não estou bem, e você, vai continuar? 
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Domingo, Novembro 23, 2008


Foi uma cantada na rua, enquanto caminhava pra tomar sol, num domingo chuvoso e sem esperanças, que ela se deu conta de quem era e quem não lembrava mais ser. Não aceitou a proposta e nem sorriu para o homem que perguntou se ela queria um negão na casa dela. Andou reto enquanto ainda era chamada de princesa, gostosa, oo lá em casa. Mas, dentro dela, pensou no que aconteceria se aceitasse o negão. E se ela quisesse ele em sua casa? Ela queria tanto estar com alguém, sonhava repetidamente que não estava mais sozinha e que seu quarto ouvia ruídos de amor. É claro que não queria o negão – nem sabia se ele era assim mesmo – mas se viu renegada e incapaz de acreditar que poderia ser amada novamente. Ela, que já foi tantas vezes desejada e, por que não?, amada, não sonhava mais com carinho, com as mãos no seu rosto, com um sorriso de admiração. Ela, para sua surpresa, achava que tinha acabado. E nem sabia que era assim que se via, por isso ficou admirada. Ficou surpresa porque foi a cantada barata e até suja do negão que a fez olhar pra si. Ela, como qualquer outra, poderia recomeçar, em grande estilo – por que não? Por que não se via mais como era? Porque há meses não se olhava mais no espelho? Aquele mesmo que precisou se enxergar antes para ter o que perdeu, agora precisa se ver para reaver o que tinha e deu pros outros. Confuso assim mesmo como ela está agora, sem querer explicar mais, sem querer que perguntem como ela está. Num domingo frio e chuvoso de novembro, ela passa os dias escondida num quarto de retirante, sozinha como um cachorro molhado, usando remédios que façam o dia passar melhor. 
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Segunda-feira, Novembro 17, 2008


Sem dramas, sem mimimi, mas eu não tenho mais sonhos. 
Simples e triste assim. 
Absolutamente não sei aonde/onde quero chegar, 
nao sei o que estou fazendo aqui e o que faria em outro lugar. 
Aceito sugestões, críticas, elogios e saídas fáceis.

Terça-feira, Outubro 28, 2008


A Pequena tem que ficar feliz com coisas pequenas, ele diz. Diz sem pensar no que ela pensa, sem ter a idéia nada ingênua de que ela fica feliz a cada pequeno gesto, a cada pequena frase dúbia, boba, solta ao léu. A pequena. Pequena. Minha pequena. As palavras sonhadas, cansadas, sonhadas, lembradas, suadas, sonhadas, lentas, boas, desejadas, palavras. Só palavras. Apenas. Palavras pequenas, pequenas esperanças, pequenas coisas. Pequena, não tanto como tanto já foi, mas ainda bem pequena. Não com sonhos grandes, como ela tinha dito antes, mas com grandes expectativas, querendo andar grande, ainda que pequena pequena pequena. Ainda a dele.
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Domingo, Outubro 19, 2008


O seu mínimo esforço realmente me impressiona. Me impressiona que você não tente fazer nada para que o inevitável aconteça, me impressiona que você deixe fechar a sua única porta de saída. Ela não a fechou, mas você insiste em fazer isso, como se ali não estivesse a coisa de maior valor que você já teve em mãos. Não anda 200 metros para impedir que ela se vá, não se esforça com um telefonema para que ela volte a te fazer sorrir, não mostra seu sorriso cinza para que ela não se esqueça definitivamente de você. Você não faz nada para impedir que sua única possibilidade de ser feliz hoje se perca. Tudo o que ela tem seu hoje é o seu pior, mas você insiste em não mudar. Você arruinou tudo e a cada dia olha os seus destroços (e os dela) com a passividade de um perdedor nato. Isso realmente, realmente, me impressiona. 
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Terça-feira, Outubro 14, 2008


Ontem a noite eu cometi o teu assassinato. Eu peguei as tuas memórias e apaguei. No teu coração eu joguei pedregulhos pesados de arremessar. Mas joguei. Joguei contra a parede do meu quarto, onde você nunca mais vai pisar. Vi os caquinhos se formarem com um sorriso enorme no rosto, cheia de satisfação de te ver sofrer. Ontem eu não suportei mais uma de suas histórias de amor e perdição e acabei com você. É, como estou dizendo mesmo, sua morte não foi delicada ou carinhosa, como você gosta de pensar que eu sou. Não fui boa. O maior coração do mundo estava cheio de ódio de você, cheio de pena, de nojo, de raiva mesmo. Foi passional sim, mas paixão de desespero, paixão de ódio, paixão que mata. Foi raiva de mim por ter esquecido quem eu era no meio de tudo isso que era você. Que sempre foi você. Vocêvocêvocê até me sufocar. Onde eu estava com a cabeça mesmo? Ah, sim, estava embebida em álcool e achando que isso era normal. Achei que você era normal, ou achei que ia melhorar, que ia passar. Ontem a noite eu matei você porque eu tinha esquecido quem eu era, que eu não era você e que você não merecia nem um pouco mais do que meus ouvidos eram capazes de dar. Matei você porque ninguém mais pode passar por isso, porque quero me livrar pra sempre da tentação das tuas gracinhas, da gracinha do teu sorriso. Não existe mais. Mais nada de você restou. Leio isso pisando nos cacos, varrendo os pedaços, juntando tudo e mandando reciclar. Agora acabou, você acabou de uma vez e eu recomeço novamente. Descanse em paz. É, ainda tem um pouco de bondade em mim.
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Sexta-feira, Outubro 10, 2008


Em poucos meses, o mundo virou contrário para eles. A separação que parecia normal como qualquer outra, mesmo sendo trágica como qualquer uma, era só mais um fato da normalidade de suas vidas. Algo para agitar o coração. Mas, em poucos meses o universo particular deles também se alterou. A doença chegou na casa dos seus amigos e não saiu mais, uma cobra venenosa invadiu o quarto de outros queridos, deitou na cama e expulsou a tranqüilidade de perto de todos os conhecidos. A vida, aos poucos, deixou de existir. Apenas as alegrias dos finais de semana, as gargalhadas vazias que doem o canto da boca, o olhar arregalado que assusta e diverte. Só isso, ao custo de 15 reais, fácil assim. Fácil de ir, impossível de retornar. Nem a separação é mais real, nem o rancor, a tragédia, o desencanto. Real hoje é a fuga, o intangível, o medo. Medo grande de que fisicamente os queridos desapareçam. Medo grande de que a opção errada e definitiva seja escolhida. Medo grande de que tudo isso esteja realmente acontecendo.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

2008

Domingo, Setembro 14, 2008


Ela nem sabia que saudade era coisa que se sentia tão forte. Nem sabia que podia doer se não fosse tratada e que virava doença se não resolvida a tempo. Ela nem sabia que tipo de sentimento era esse que passava pra pele, que se mostrava no rosto, que tremia a voz. Não sabia que uma silhueta de relance no meio da rua poderia dar cólicas de ansiedade e que tudo isso era apenas saudades. A maior de todas, a que se passava por esquecida, por superada, por, no mínimo, diminuída. Ela nem sabia que isso tudo era apenas saudade irremediável. 

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Quarta-feira, Setembro 10, 2008


Falar com você hoje me deu dor de estômago. Nem pantoprazol 20mg em dose dupla fora de hora resolveu meu problema. Você me causou dores como eu sentia quando era cobrada sem razão por um chefe neurótico e obsessivo que fazia a si mesmo ter cólicas no estômago. E, olha bem, você não é mais minha responsabilidade. Tentamos negar isso. Eu te dou a mão e você aceita. Você conta suas dúvidas e eu ajudo. Eu peço colo, e você tem. Não somos mais isso. E tenho que sentir dores no estômago para que me lembre que foi você quem se foi. Da próxima vez que aparecer, venha com Milanta, com Omeprazol, com Pepsimar. Da próxima vez, seria bom o silêncio. Aquele que eu não tenho coragem de pedir e que você só oferece da boca pra fora. Aquele lógico e incompreensível da separação. 
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Segunda-feira, Setembro 08, 2008


Hoje ela acordou amando o proibido. Sem nenhum anunciamento, sem nenhum soar de sinos, sem nenhum suadouro, o coração recomeçou a tocar. E sem nenhuma promessa, ela sabe que será novo, diferente e, principalmente, possível. O que ela faz? O que ela quer? Agora tem importância, é sabido, sentido. Diferente de tudo que já teve, de tudo que já viveu, a alegria sincera, a indignação pelo tempo perdido. O recomeço. Queria mandar um alô avisando da mudança, pedindo para que nunca mais aparecesse com sua cara cínica e seu cheiro bom. Ensaiou uma despedida em alto nível, preparou o discurso, mas se convenceu de que valia mais apenas se silenciar e deixar passar. E começou em grande estilo suas novas segundas-feiras.
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Terça-feira, Setembro 02, 2008


Plágio 
(e uma mariola para quem descobrir por quê) 

Na esquina da rua principal, tentando manter a linha. Você diz que quer ir andando e que eu estou ficando pra trás. Você consegue ler minha mente? 
Os bons e velhos dias, um homem honesto. O coração que não descansa, uma terra prometida. Um beijo súbito, que ninguém mais vê. 
Antes que você se vá, me diga o que encontrou. 
- A rainha adolescente, uma arma engatilhada. O sonho perdido, o escolhido, o sotaque sulista. Um mundo invisível. O muro da cidade. 
E um trampolim. 
- Abra essa porta, não deixe que fiquem. Eu quero that fire again
Mas, antes que você se vá, me diga o que vê quando lê minha mente. 

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Terça-feira, Agosto 26, 2008


Adeus, você. Mais uma despedida imaginária, mais uma previsão de domingos solitários, a maior distância, o sonho impalpável. Eu quero voltar, eu quero ficar. Não há alegria longe. A Sibéria. O exagero. Tchau, com amor, com saudades, com esperanças. De novo, mesmo que eu não possa, mesmo que eu não deva. "Pra que minha vida siga adiante".
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Terça-feira, Agosto 19, 2008


Às vezes eu só queria poder falar de outras coisas, assim, alegres e brilhantes. E sem querer, acabo em silêncio por dias. Eu, a cabo. 

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Quinta-feira, Agosto 07, 2008


Você sabe, a coisa? É, a coisa! Ela está atacando novamente. Está a solta, cuidado. O quê? É tarde, já te pegou? Ah, eu lamento muito… queria estar aí para te dar um abraço e fazer você acreditar que vai passar. Não se preocupe. Eu vou pegá-la pra você. E vou acabar com ela, porque não é certo você ter que passar por isso de novo. Eu sei. Eu também não queria, mas agora que ela está solta, se eu não for rápida, será comigo também. Eu sei, eu sei, não é bom… Eu lamento, lamento que esteja sofrendo de novo. Eu estaria ai se não estivesse lutando por mim também. Pode deixar. Eu me cuido. Eu me cuido. Tá. Um beijo. Tá, tá, um beijo. Tchau. 

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Sexta-feira, Agosto 01, 2008


Um pedaço de mim. Um pedaço arrancado de mim. Mas que impossível! O que faz uma pessoa em sã consciência resolver ser cirurgiã dentista e passar todo seu dia arrancando sisos presos? Sim, porque eles sempre estão presos. Sempre são difíceis, sempre são de morrer. Eu sei que foram eles - em uma reunião de sindicato - que inventaram a necessidade de arrancar os sisos. Caso contrário, o que fariam da vida? Seriam arrancadores de molares. E isso não tem graça nenhuma. Não tem retorno dos pacientes com inflamações, infecções e reclamações. Qual seria o prazer sádico em retirar dentes facilmente arrancáveis? Nenhum. Eu já estaria comendo como uma humana civilizada, eu poderia conversar sem parecer que uso aparelho móvel (outra necessidade inventada por esta classe sacana), não teria nenhuma semelhança com o lendário Kiko. É impossível! A quantidade exagerada de drogas legais que estou ingerindo por dia vão destruir minha alegria artificial do final de semana, e nem posso conseguir um emagrecimento fácil, pois se deixo de comer as papinhas engordativas de neném, prejudicaria meu estômago, já tão gasto pelo tempo. Se pudesse esbravejar, esbravejaria, se pudesse me debater, assim o faria. Mas não consigo tirar os olhos do pedaço arrancado de mim. Do tamanho de uma moeda de 50 centavos. Tudo aquilo, dentro de mim. Ah, doce alegria quando eu reclamava pelo seu crescimento. Agora sinto que esse buraco nunca mais irá se fechar, minha boca nunca mais vai morder uma maçã e eu estarei condenada a parecer a pobre garota bonita que saiu deformada da mesa de cirurgia. 
Aiai, hoje eu me sinto especialmente trágica! 

Domingo, Julho 27, 2008


A você, estranho solitário, nem mais uma linha da minha criatividade. Nem mais uma lágrima. O tempo acabou, acabou o amor, acabou a solidariedade. Não há admiração, carinho, dedicação, persistência. A você, gelado andarilho, nem mais um suspiro ou um pensamento perdido no meio da tarde de domingo. Estes são os últimos. Se quiser, são seus. E nada mais. 
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Quinta-feira, Julho 24, 2008


Um recadinho (direto como parece): 

Eu queria que me despedir de você fosse banal assim. Assim como acordar ao teu lado foi banal tantas vezes. Almoçar com você. Comer você. Eu te amo, porra. Queria te dizer tchau como quem pede um quilo de bananas. Virar as costas e não ter a sensação de que tudo morreu ali. Que eu morri. Queria saber ficar do teu lado sem sofrer, sem amar tanto, sem te esperar, sem desejar que cada momento fosse único e intenso como só seria se fôssemos um livro sobre tragédias. Eu te amo, porra. Eu desejo saber me separar de você e continuar a desejar o mundo. Queria que viver ao teu lado doesse menos e que a tua ausência fosse uma possibilidade fácil.
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Terça-feira, Julho 22, 2008


Estava tão obstinado pela idéia de fazer as coisas melhorarem que topou aceitá-lo na relação. Essa era uma das últimas objeções que ainda restaram na sua lista e ele estava abrindo mão. Mais uma vez. Desesperadamente, ele fazia de tudo para tê-la por perto. Até suportá-lo. Isso sem ter a certeza de que ela voltaria em definitivo, que depois “dele”, ela voltaria a ser sua. Ele sonhou que ela estava presa por arames, perto de cair aos prantos. E ele entrou. 
Ela era uma arma. Ela não era a indefesa. Sua alma estava toda queimada. Nada mais a pensar sobre o que aconteceu. Não dormia há dois dias e ela não voltava para casa. A cama vazia. Dores no abdômen. Ela era tão jovem, tão doce. Cada palavra dita parecia um anjo cantando. A cama vazia. Nada mais a pensar e a cabeça borbulhando. Ele poderia levá-la ao cinema, pra variar. Poderia gostar de vermelho. Andar chapado para lembrar como era no começo. Poderia matá-la. Quem sabe os dois? Ter prazer em ver o fim. Em estar lá até no último momento. E saber que tinha sido dele. Estava tão obstinado pela idéia de fazer as coisas melhorarem, que topou deixar a alma esperar. Misturou o rosa com o azul. Mas agora vem a queda. 

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Domingo, Julho 20, 2008


Durante muito tempo eu queria começar de novo. Nascer de novo, como se fosse possível. Meu desejo para a fada da lâmpada seria stop, rewind and play. Hoje eu quero que passe. Está tudo fora do lugar. Como se gritasse: Ser adulto é ser errado e bobo. É injusto, é mesquinho e todos os bons adultos são egoístas demais. Egoístas para amar. Para separar sem fazer sofrer. Eu quero que tudo passe mais rápido. Porque eu não sou boa em ser adulta, em enfrentar com frieza, em pensar só do jeito prático. Se for para passar em câmera lenta, que seja com música e chocolate, com rosas e vinho. Se existir ainda. Porque hoje está tudo bagunçado. Um quarto velho com pratos sujos de comida e garrafas vazias de cerveja. 
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Quarta-feira, Julho 16, 2008


Do tipo Cara Valente 


Eu só queria acreditar que vai ser como antes. Ou melhor. Que todos os projetos que eles fizeram juntos vão mesmo sair do papel, da cabeça, do coração. Que coração? Parece tudo tão distante e impossível hoje. Parece tudo uma piada do destino. Que destino? É tudo simples e banal, sem nenhuma explicação, sem nenhuma ordem superior que comande os sentimentos e ações. Até porque se houvesse, seria tão má e tão inexplicável que desejaríamos matá-la. Exatamente como eles querem se destruir agora, acabar com tudo o que tinham até hoje, até semana passada. De repente aparece uma reticência. Uma dúvida. Uma ruga no meio da testa. Que tantas outras vezes já apareceram e que agora ecoou. E enquanto um deles está lá, parado, segurando o seu lado da corda, o outro solta os dedos e corre contra o vento. Eu só queria acreditar que vai ser como foi antes. Você sabe? Como tudo deveria estar. Que a espera de dez, quinta ou dezessete dias – ou meses, por que não? – valeria algo. Nem que fosse uma explicação, um bom motivo. Se vale a pena, amor? Eu ainda achava que sim. Achava sempre que sim. Mas é só ela que segura a corda agora. Ele não é de nada, escolheu o mal-me-quer. Vai ter que pagar com o coração. 

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Terça-feira, Julho 15, 2008


Qual é o seu segredo? 


Eu gosto de dormir com os olhos inchados depois de chorar. 




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Quarta-feira, Julho 09, 2008


Sabe o que você é?, ela perguntou com todo o resto de coragem que sobrou depois de cinco anos de espera, depois de muito ensaiar aquele momento. Um puta cretino. Cretino cego. Cretino burro. As palavras saíram de modo inesperado, cheias de raiva e rancor, de ódio até, ela se deu conta. Se deu conta que por muito tempo esperou que tudo mudasse, que tudo fosse como deveria ser. A única coisa que tinha ganhado foram seis quilos de ansiedade e um coração de pedra. Um idiota egoísta, insensível, burro. Muito burro. Solitário confesso. De repente, meio que como se fosse iluminada, ela se deu conta que desperdiçou suas melhores energias, sua criatividade, dedicação e, principalmente, seus melhores sentimentos com uma porta sem trinco. E no fundo, é como se ela sempre soubesse que estava nisso sozinha. E mesmo propondo um futuro brilhante, sabia que era sem ele que deveria continuar. Disse todas as palavras com ódio, dele e de si mesma, e se foi. Não ouviu um fica, e resistiu à curiosidade de olhar pra trás. 
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Sexta-feira, Julho 04, 2008


Conheço os lugares novos feliz. Gosto da nova sensação. De repente, parece que tudo é possível. Bem Xuxa mesmo. Conheço as pessoas novas. E penso no que você vai sentir quando estiver lá comigo. Como se isso fosse mesmo necessário. Óbvio, importante. Acho que você vai gostar também, vai dançar também, também vai se divertir. Mas você nunca está lá, quem se já esteve, me pergunto. Nesse momento, alegria pelo novo, pelos novos. E tentando encaixar você. Ainda. 
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Quarta-feira, Junho 25, 2008


A trilha sonora: "Tranqüila, levo a vida tranqüila, não tenho medo da morte, não tenho medo da morte. Não vou me preocupar... Tranqüila... Que me passe... a doença que me passe... a pobreza que me passe... a maldade que me passe... olho grande que me passe... a má sorte que passe... a tristeza da guerra” 
A história: Tomou sua primeira, importante, irrevogável e perigosa decisão sozinha e responsavelmente hoje de manhã. Não foi aquela coisa “deixa o destino resolver”, foi ir contra tudo o que parecia óbvio e racional, sendo racional e óbvia, sob sua ótica. Sob sua ótica, as coisas são confusas um pouco, um pouco cheias de possibilidades, boas, ruins, novas e estranhas. Portas que se abrem e correm monstros para as sombras. Atrás delas e deles, sabe sem porquês, que há cores e brilhos. Tem alguma certeza: uma noite de sono e possíveis felicidades matinais. No momento, está agindo contra o óbvio, sem pedir conselhos ou temer a opinião de todos. E mesmo sem nada parecer claro agora, parece bom, ela diz, tem som de pássaros dizem que haverá céu azul entre seis e sete da manhã. Não tão simples como parece, ela sabe, mas a confiança essas horas é tudo o lhe resta. 
A conclusão: Há vida lá fora! 

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Segunda-feira, Junho 23, 2008


Respiro fundo tudo o que eu tenho pra dizer será dito de uma única vez num único golpe de ar por que você não desiste de toda a besteira e leva em conta os meus sonhos por que eu não sei o que esperar de você e não quero mais parecer forte e decidida. Tudo o que tenho pra te dizer não preciso mais repetir chega agora agora penso agora quero o contrário ser a busca ser o alvo e descansar. 
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Sexta-feira, Junho 13, 2008


Acordei decorando insultos pra você. Imbecil, insano, inconseqüente, estúpido, insensível, retardado, louco, sem noção, idiota, filho da mãe, egoísta, incrédulo, falso, puto, traidor, mesquinho, egoísta. Acordei pronta pra te contar todos os sentimentos mais sujos e escondidos que guardei nos últimos trinta dias. Levantei com raiva de você e do mundo. Sem crenças, sem amor, sem beleza. Hoje quis acabar com a sua vida, com a minha, com o que restava. Decidi fazer em pedaços cada parte de você. Ia pôr fim na minha dor de cabeça infinita e no seu sorriso sarcástico. Ia deixar você sofrendo muito mais do que eu. E ser egoísta também, mesquinha também, fria, inconseqüente, dolorosamente só. Hoje acordei decorando insultos. Ensaiei usar o telefone. Pegar um carro e ir até você e te cuspir cada frase decorada, com cara de louca, com olhos de ódio, com a língua afiada. Mas como todos os outros dias, tomei um banho quente, deixei o rosto vermelho, coloquei minha melhor roupa e resolvi te esquecer. Esquecer até o ódio. E, como todos os dias, todos os sentimentos fortes e matutinos desapareceram junto com uma lágrima escondida atrás dos óculos escuros às onze da manhã. 
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Quarta-feira, Junho 11, 2008


Dá pra sair? Vai, vai embora de uma vez. Me deixa. Não dá pra acordar todo dia e ver você do meu lado. Não posso mais. Ver os carros cinzas na rua e prender a respiração de medo de ser você. Não quero mais essa ameaça. Dá pra me deixar? Chega de memórias. Chega de você! (não) te quero, (não) te amo. Não é simples assim? Você pega suas coisas todas e sai. Vai. Não consigo mais viver do seu lado todos os dias vazios. Não consigo mais (não) atender teus chamados, (não) saber das suas histórias. Para mim é simples, (não) me importo mais. (não) Me deixa. 

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Segunda-feira, Junho 09, 2008


Um abraço forte, muito forte. A respiração em ritmo acelerado e combinado. “Assim não vale”. Dito isto, beijou-a. Foi antes do que esperava, mas muito depois do que deveria. Beijou-a como não fazia há anos, entorpecido pelo álcool, apaixonado pelo momento. Uma longa noite de atenção, de carinho, de lembranças de um tempo perdido que não sabe se terá novamente. Sabe que era o que queria, mas sabe que quer muito mais. Agora se encontra novamente com a falta que já estava aprendendo a lidar, ou pelo menos assim cria. Sozinha, de banho tomado, em frente ao computador em que passa as horas mais iluminadas do seu dia, espera de verdade relembrar cada belo momento que se perdeu por causa da vertigem da noite, do som pulsante, das luzes e das trocas. Não sabe o que será agora, mas sabe que está só, novamente. 

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Quarta-feira, Junho 04, 2008


Por algum motivo o dia é mais calmo quando você aparece cedo. Quando seu nome aparece, mesmo que silencioso, mesmo que escondido, mesmo que longe. Por algum motivo desconhecido, o dia é mais simples quando começa ao seu lado. Mesmo que isso só eu saiba, mesmo que o teu lado não seja mais meu e eu não tenha motivos verdadeiros para me alegar. Por razões irracionais, é sempre mais fácil com você. 

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Terça-feira, Junho 03, 2008


Um olho no celular. Fecha a porta. Sai. Essa imagem não some. Antes, toma seu último banho. Olha as paredes sujas de mofo que tantas vezes pensou em limpar e depois desistia porque essa não era sua função. Sua função. Pensou tanto nisso. Pensou o que deveria e o que não deveria fazer e antes de voltar a ser a mesma pessoa de antes, cansou e deitou. Ia ser outra – mesmo que doesse. Se entregou ao há de vir e hoje de manhã, quando pensava que tinha feito tudo errado, lembrou que na verdade foi isso que sempre quis ser. E mais. Queria ter morado lá, limpado as paredes, as panelas, o quarto sujo de pó. Voltaria se pudesse e faria tudo. Faria o almoço. Ao contrário do que quer pensar, não há arrependimento. E nem ódio, como acha que tem às vezes, como quer ter para poder esquecer cada belo momento que projetou para o futuro. As viagens, as noites de domingo, os filmes nas poltronas que se juntam. É isso mesmo. Quer esquecer o futuro. Deveria querer, na verdade. Mas, os planos eram belos e bons. Eram justos, eram possíveis. Possíveis se não fosse a interrupção do tempo. Um lapso, uma massa de ar, um bolo de fubá. Pára. Google. Trabalha um pouco. Um olho no celular. Lembra do lençol que não cobria a cama por inteiro e quanto aquilo era chato. Lembra dos copos de requeijão e da última vez que passou pela porta dupla que separava dentro e fora. Saiu. Não tinha mais o que fazer com as chaves. Elas que estavam todas juntas, como resistiu fazer antes, como quis que fosse sempre. Deixou lá, à espera de que o mundo retorne seus sentidos. Não guardou as roupas, não escondeu os livros, as fotos, as cartas que nunca teve. Um olho no celular. Três remédios pela manhã, ginástica e banho de sol. Não é melhor agora, mas continuo. 

domingo, 25 de maio de 2008

2008

Sexta-feira, Maio 30, 2008


“Babe, it's time we give something new a try. Alone we may fight” 

Depois disso, pegou o trem e deixou a cidade. Deixou o país, a vida, o amor, a música, o sonho, o cabelo negro, o olho azul, deixou os verbos. Querer, desejar, ser, possuir, esperar. E depois começou a viver intensamente um profundo nada. E descobriu novos prazeres. 

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Quinta-feira, Maio 22, 2008


Três dias de calmaria e a desesperança retoma seu lugar. Um pensamento auto-afirmativo me disse essa manhã que eu posso mais que isso. Mas logo veio a realidade e o silêncio e tudo voltou a dois passos do estágio inicial. A vida é mesmo solitária, diriam tantos. Eu sou mesmo pequena. E hoje carrego o peso do mundo sobre as pálpebras. 
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Eu queria que me despedir de você fosse banal assim. Assim como acordar ao teu lado foi banal tantas vezes. Almoçar com você. Comer você. 
Queria te dizer tchau como quem pede um quilo de bananas. Virar as costas e não ter a sensação de que tudo morreu ali. Que eu morri. Queria saber ficar longe sem sofrer tanto, sem amar tanto, sem te esperar, sem que os dias não parecessem um livro sobre tragédias. Eu queria te ver sofrer, amar, chorar, doer, cantar, gozar, rir, desejar, reclamar. Eu desejo saber me separar de você e continuar a desejar. Queria que fosse suportável. 

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Terça-feira, Maio 20, 2008


Foda-se! 



Sensação boa, né? 


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Domingo, Maio 18, 2008


Tem daquelas situações estranhas em que você se sente sem rumo. Chega em casa e fica sentando olhando para a televisão desligada. Isso não é normal. Quer comer algo, pronto, que já esteja com o pacote aberto, no sofá. Tenta definir o que está sentindo e não acha palavra nenhuma. Realmente nada. Sente-se... como está se sentindo agora? Nesse momento, até pensar cansa. Maldita inquietação! Tenta não pensar que a coisa não tem nome pra não ser obrigado a descobrir que sensação é aquela... Dentro da cabeça uma música toca, baixa e repetindo o refrão... Ah! a música tem nome, letra... "but my heart, it don’t beat, it don’t beat the way it used to..." É a unica coisa que passa pelo entendimento. As pernas querem mudar de posição, mas é necessário que o peso volte pra Terra, descarregar mesmo. Então lhe vem à mente a possibilidade de registrar todas as coisas engraçadas e repetidas que estão acontecendo nesse minuto, mas, qualquer reação acabaria com o momento. Não há o que fazer. Chega à conclusão de que é realmente dificil dar nomes às coisas e que nem sempre o que é obvio é ululante. Resolve ir dormir sem pijama ou escova nos dentes, pelo menos hoje.
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Quarta-feira, Maio 14, 2008


Acordo. Mal. Remédio. Mal. Mal. Mal. Bem. Café da manhã. Bem, bem. Silêncio. Mal, mal, mal mais um pouco. Ônibus. Bem, sono. Mal. Calmantes. Bem, trabalho, mal, bem, sono. Guaraná. Bem. Mal, mal, remédio, bem. Calmantes bem. Sono. Bem, final da tarde, mal, mal, mal, mais um pouco. Banheiro. Choro. Calmantes. Bem. Casa bem, sono, mal. Noite mal, calmantes, bem. Acordo, mal. Remédio. Bem. 
É mais ou menos assim. 



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Terça-feira, Maio 13, 2008


Não posso mais ouvir Nação Zumbi, nem assistir Simpsons, comer comida japonesa ou pensar em você. Não posso mais planejar os finais de semana, as viagens desesperadas, a cor clara da minha unha. Meu corte joãozinho não faz mais sentido pra ninguém e dentro do meu quarto que você nunca esteve, tive que recolher os seus restos resistentes. Rima besta. Amor besta. Choro besta. Besta eu. Não posso mais ter meus amigos, minhas férias, meus domingos. Não posso afirmar nada mais sobre mim, porque eu estou perdida em algum lugar entre você e esse nada. 
Besta tu. Besta eu. 



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Quinta-feira, Maio 01, 2008


Pergunta do dia do trabalhador que trabalha: 
Calmantes fititerápicos funcionam? 



There was an open chair. 
We sat down in the open chair. 
I said if destiny’s kind, I’ve got the rest of my mind. 
But my heart, it don’t beat, it don’t beat the way it used to. 
And my eyes, they don’t see you no more. 
And my lips, they don’t kiss, they don’t kiss the way they used to, and my eyes don’t recognize you at all. 
For reasons unknown. 

(Killers) 


Sexta-feira, Abril 25, 2008


About me, myself and I. 

O que há? 
Pouco, fatalmente. Ou nada mais, como saber ao certo? Eu só não sei. Escrevo para ninguém, converso com palavras cruzadas, tenho medos infantis no meio da noite, sinto dores nas costas, e coragem para desistir de tudo que tenho. 
Agora tomo ansiolíticos por conta própria que só fazem efeito moral. Ligo para casa aos prantos porque não sei dar um nome para os sentimentos descontrolados que passam na minha cabeça numa linda quinta-feira de sol. Me torno insuportável para os amigos enquanto interpreto o orgulhoso papel de heroína da casa. 
heroína. 

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Terça-feira, Abril 15, 2008


Medo do Google e do meu nome. 
Medo de perguntas indiscretas ao telefone. 
Mas no fundo um orgulhinho bobo pelas novas aparições. 

Cadê todos?
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Sexta-feira, Abril 04, 2008


Há anos escrevia sobre um homem que desapareceu. Na verdade, seu vulto era visto pela cidade sempre perto das seis da noite, de costas, com pressa. Na verdade mesmo, ele também aparecia em sonhos. O que muitas vezes era muito mais real do que qualquer momento que tiveram juntos. De verdade, achava que mesmo o tempo não mudaria nada que sabia sobre ele. E achava que sabia tudo. 
Gostava da distância segura que garantia a possibilidade de um contato restrito. Ele, pra ela, era uma história particular. Quando falava dele era mais como um personagem da sua vida do que um vivente que verdadeiramente sempre esteve por ai. Achava que sabia tudo dele, já disse isso, mas achava que ninguém mais poderia conhecê-lo como ela. 
Na verdade, a história acabaria aqui, como acabou tantas vezes há tantos anos, não fosse o desajuste do tempo. Sinceramente, não sabe o que isso significa, mas acredita no impulso das palavras. Por isso erra tanto hoje e por isso também errou tanto quando não era assim com ele. 
Há tempos não se preocupava com a história deles porque jurava que a versão final era a dela. Mas foi pega de surpresa quando ele deixou de ser um vulto e virou história dos outros também. Na verdade, virou vida de outra. Não apenas outra, na verdade, mas outra próxima, outra perto, outra morena, e com nome, e com telefone, com sorriso e com paixão. De verdade mesmo, por mais que ela não entendesse o que isso significava, ele continuava a atuar. Ele estava lá. Não mais para ela, a menos nos sonhos eventuais em que aparecia no meio de uma festa, no canto da sala em que o teto queria se encontrar com o chão. Lá estava ele. Confuso como a história, como a verdade, como os desejos. 


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Quinta-feira, Abril 03, 2008


Em São Paulo ou em Curitiba, 
não deixe para usar amanhã a roupa que você gostaria de usar hoje. 
Certamente choverá. 



Domingo, Março 16, 2008


Desculpa a minha fraqueza e o meu amor. Eu não posso mais continuar longe, só. Me permita voltar e ser pequena, voltar e ser comum, ser feliz e talvez me arrepender. 
Lamento a verdade, eu não acredito em nós sem o cotidiano. Eu quero as brigas, o enjôo, a mesmice, o banal, a discussão, o amor. Não há amor pelo telefone, não há você só de lembranças. Eu te amo pela convivência. Eu te amo pelo dia-a-dia, por quem nós somos juntos, únicos, bobos e estranhos. 
Eu quero meus domingos contigo, nosso medo nos dias cinzas, nossas alegrias contrabandiadas, a ressaca, a cumplicidade. 
Desculpa a fraqueza, a franqueza, mas eu não posso mais. 
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Quarta-feira, Março 05, 2008


Eu queria que me despedir de você fosse banal assim. Assim como acordar ao teu lado foi banal tantas vezes. Almoçar com você. Comer você. 
Queria te dizer tchau como quem pede um quilo de bananas. Virar as costas e não ter a sensação de que tudo morreu ali. Que eu morri. Queria saber ficar do teu lado sem sofrer, sem amar tanto, sem te esperar, sem desejar que cada momento fosse único e intenso como só seria se fôssemos um livro sobre tragédias. 
Eu desejo saber me separar de você e continuar a desejar o mundo. Queria que viver ao teu lado doesse menos e que a tua ausência fosse uma possibilidade fácil. 
Eu queria te ver sofrer, amar, chorar, doer, cantar, gozar, rir, desejar, reclamar. Queria que eu fosse insuportável. Que cada momento longe fosse como vinho forte e ácido. Queria paixão, ciúmes, lágrimas, egoísmo, sentimentalismos. Sempre um pouco mais para que eu não me sinta só. Só na cadeira 33 da viação cometa de 23h59 sentido São Paulo. 

“Eu fui morar na Estação da Luz, porque tava tudo escuro dentro do meu coração” 
Tom Zé. 

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Segunda-feira, Março 03, 2008


Ah, Ritiba! 
Quem poderia acreditar que tuas cores um dia me fariam falta? 

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Terça-feira, Fevereiro 26, 2008


Procura-se moradia em casa confortável,segura e barata. 
Procura-se um tele-transporte imediato sentido São Paulo - Curitiba. 
Procura-se emprego bom, com chances de futuros promissores e que não trabalhe final de semana. 
Procura-se idéias para reportagens em revistas de comportamento, diferentes e objetivas. 
Procura-se um abraço apertado, um dia de sol, uma noite de sono. 
Procura-se senso de realidade, pílula vermelha, porque a azul esgotou. 

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Terça-feira, Fevereiro 19, 2008


Só há dúvidas. 
Compra-se certezas. 
E mais palavras que formem textos. 
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Sexta-feira, Fevereiro 08, 2008


I can. 
I sei. 

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Quarta-feira, Janeiro 30, 2008


Pressao, solidao, falta de acentuacao. 
Tristeza, frieza, nada de moleza! 
Frio, rios, muitos brios. 
Ai! sai! Vai! 
Ui. 
O loco... Socorro! 

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Sexta-feira, Janeiro 18, 2008


“Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora” 

Não é de hoje que ela se prepara para partir. Com um coração esmagado na mão e a outra vazia, resolveu ir sem se despedir, já que, silenciosamente, já havia dito adeus muitas vezes. Chorou tão sinceramente antes que agora estava cansada demais para sentir dor. O despedaçado que trazia às mãos por nada ansiava. Agradecia a desventura que a separava de seu maior vício. Certamente iria sentir menos do que hoje: amor de morte, amor de vício, de comiseração e lamento. O fim esperado chegará dentro em pouco, todos sabem e sorriem – mesmo que sem certeza, sem clareza e sem sinceridade.
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Quinta-feira, Janeiro 10, 2008


- To pensando num modo de te fazer feliz... 
- ... 
- Eu estou... 
- ...