terça-feira, 25 de maio de 2004

2004

Sexta-feira, Maio 21, 2004


UMAS QUESTÕES E UMA DESCOBERTA 
Por que os sentimentos têm nomes? 
E quem foi que classificou o que é isso e o que não é? 
Tem coisas que simplesmente não tem nome, não é o que dizem que é... E, outra, quem já não parou pra pensar a confusão que fazemos nas nossas vidas e na dos outros só pq não sabemos descoficar o que sentimos? É, pq a língua nada mais é do que um código que um grupinho de pessoas pensam dominar. 
Ultimamente tenho entrado em discussões sobre a necessidade, ou não, de nos fazermos entendidos, e da perda de tempo que isso é. Afinal, o que nos garante que estamos sendo entendidos? Eu, por exemplo, eu tenho uma necessidade irritante de explicar uma coisa exaustivamente até a outra pessoa balançar a cabeça ou fazer "aham", só aí é que me sinto satisfeita. Um professor meu fala sempre do Lacan (que eu não conheço a não ser por ele), que diz que "a comunicação não existe". Será que nunca somos realmente entendidos como nós gostaríamos que fôssemos? Eu acho que ele tem grandes chances de estar certo. Pelo menos, olhem pra mim, veja o quanto eu tento me explicar, me justificar por aqui, e mesmo assim sempre tem um ou outro preoucupado comigo, se eu não estou com uma arma apontada pra cabeça! É, talvez a comunicação não exista. 
E, partindo aí, pensem em como sofremos pra explicar o explicável - por exemplo, eu vejo uma cadeira rosa e eu quero contar como é ela, tá, existem milhares de cadeiras e milhares de tons de rosa, mas, no fim de uns 10 minutos podemos chegar a algum ponto comum, certo? Tá. Vamos complicar: eu sinto uma coisa, por exemplo, algo que convencionou-se chamar de dor de cabeça, e eu digo que "minha cabeça está latejando". Latejando? Como que essa palavra se tornou um substantivo abstrato? Como? Expliquem pra mim o que é uma cabaça que lateja?? Só rindo mesmo. Querem mais complicações? Partamos pros sentimentos. Até ia citar exemplos, mas desisti, acho que todo mundo já sentiu uma coisa que não tem nome. Daí, você fica pensando que não sabe o que está sentindo. Até sabe, dentro de vc, mas não tem como explicar isso. Não dá pra dizer, eu me sinto "latejar" por ele, pq não inventaram uma palavra tão esdrúxula pra um sentimento. Ainda. 
Já ia perguntar "entenderam?", mas ia ser contra todo meu discurso anterior, então, apenas, lamento. Eu tentei. 

A descoberta: 
Eu coço meus olhos quando estou em alguma situação embaraçosa. Quando eu estou com vergonha, insegura, sem saber o que falar ou onde pôr as mãos. Podem reparar. 

Conclusão: 
A descoberta não compensa as questões. É, a vida realmente não é justa. 

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Terça-feira, Maio 18, 2004


AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES 
É, a primeira impressão deve ser a que fica. Pelo menos foi isso que me caiu na cabeça quando parei pra pensar na responsabilidade do meu novo trabalho. Hoje, lá no MUMA, foi um grupo de crianças de 4a. serie que nunca tinham visitado um museu antes e que não tinham um contato muito próximo com "arte". Foi a primeira monitoria que eu realmente fiz. Explico: nosso trabalho nos museus é algo chamado "ação educativa", projeto do Fundação Cultural para aproximar crianças com os espaços culturais da cidade, mostrar pra elas que para se expressar não precisa ser ninguém especial, nascido com um talento especial ou qualquer outra característca que diferencie-os dos seres mortais. E de repente me dei conta da imensa responsabilidade que eu tinha nas mãos. Caramba, por uma, duas horas eu fui a responsável pelo primeiro contato de 10 crianças com "obras de arte", com gravuras de Poty. De certa forma, dependia de mim mostrar pra elas a beleza de tudo aquilo, aproximá-las da obra e fazê-las entender que aquilo não era nenhuma benção divina! Entendem? Po! Se, de repente, eu mostrasse um monte de quadros pra elas sem o mínimo de boa vontade, sabe lá quando elas voltariam a um museu, ou, sei lá, qualquer outro lugar longe da realidade delas? 
Sim, eu já pequei uma vez. Levei meu irmão pra assistir uma peça de teatro (eu naum sabia) tão ruim, mas tão ruim, que ele chegou a roncar (isso mesmo, com barulho!) dentro do teatro! E agora? Acham quecom todo meu esforço ele vai assistir alguma coisa comigo? Nada! 
E eu que sempre falei que nem sonhava em ser professora, que eu não tinha um relacionamento intimo com crianças... po! até que to gostando do bate-papo com elas!! Sim, pq é bem um bate-papo o que rola... é deixar que elas tenham o prazer de descobrir os mistérios de cada obra, o material, a técnica, o tema! Chega a ser bonito ver a carinha delas de detetives satisfeitos com o resultado da pesquisa!!! 
To "mexida" com isso de influenciar pequenas cabeças...
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Domingo, Maio 16, 2004


Sim, a vida tem surpresas! 
Eu achava linda a musiquinha da Faber Castell. Depois, descobri que a musica não era jingle e que tinha um dono que se chamava Toquinho. Toquinho? Do que? De lápis? Tá, depois do choque e de acostumada a idéia de algum Vinicius tbm ser autor dessa musica (não jingle, repito), descubro que ela foi escrita originalmete em italiano por um brasileiro! Ah! Imagine no que minhas memórias se transformaram? "Sopra un foglio di carta vedi il sole è giallo Ma se piove due segni di biro ti danno un Ombrello".... Ombrello??? Se se mantivesse como musica da propaganda do lápis de cor era melhor do que Aquarela ter se tornado Acqurello e amarelo ombrello!!! 
É, a vida apronta cada uma pra gente.... 

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Sábado, Maio 15, 2004


OK. ME RENDI. 
Tentei, tentei, tentei e não consegui ir. Beleza. 

Hoje deu uma vontade de largar tudo e sair correndo. Vontade. Sentei pra estudar "história contemporânea" e não consegui. A cabeça vai pra todos os lugares menos pro Brasil pós-guerra. Lógico, afinal, não estou tão longe assim do padrão de normalidade. É isso, estou eu tentando escrever, escrever, escrever... pelo menos dizer por que minha mente divaga tanto, mas nada! É outro deserto de criatividade. Talvez mais agudo, porque dessa vez o problema não é expressar o que eu tô pensando. Eu simplesmente não tô pensando em nada. Ou, em tantas coisas ao mesmo tempo que não consigo sintetizar nada. 
Minha cabeça voltou a doer um dia sim outro não. 
Meu estágio tava ruim, ficou melhor e agora piorou de vez! 
Mas as coisas vão bem, só preciso ter um "foco" certo e ir até ele. O bom é que enquanto a vida material tá uma bagunça, as outras coisas ficam adormecidas! 
Já perderam 3 minutos? Função cumprida!
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Sexta-feira, Maio 14, 2004


CLASSIFICADOS 
Loira, olhos verdes, 21 anos. 
Procura carona interessante de volta do show do Cordel. 
Interessados, podem responder abaixo: 
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Quarta-feira, Maio 12, 2004


Ela não sabia o por quê. Tanto procurou, mas não encontrava. E era sincera ao dizer que não via motivos para que tudo aquilo tivesse acontecido. Então viu um menino andando pela rua. Seus cabelos pareciam com outros já tão amados. Viu o menino, os cabelos, e lembrou-se dos inúmeros lugares freqüentados juntos. Lugares que hoje pertubam a cidade, mas que antes significavam cumplicidade. Não entedia porque tudo por ali parecia chamar algum fantasma: parques, colégios, praças, lojas, cabelereiro. Tum. Ela entendeu o que deu de errado. Diferentemente do que esperava, ela encontrou tão perto dela, tão perto que não acreditava que não tinha percebido antes. Ela não deixava ninguém entrar na vida dela. É. Os parentes, era só no aniversário. Os amigos tinham que manter distância mínima para que ela respirasse. E ele, ah!, ele não podia estar em tudo, não podia ter tudo. Como ela pensava nele, como tinha muitas intenções, ela acreditava que ele fazia parte da vida dela. Mas não. Enquanto ele se desdobrava, ela continuava ali, com a porta fechada pelo lado de dentro, sem que ninguém pudesse entrar. E foram os cabelos do menino da rua que permitiram que ela se descobrisse trancafiada. Ele não podia comprar roupas com ela, ir as festas da faculdade, conhecer seus colegas, assistir filme na sala. Ela entedia que esse era o espaço dela. Ele entedia-se fora de sua vida. E quando ele se foi, ela se sentiu sozinha, sentiu vago um espaço que, na verdade, ela nunca cedeu. Ela que amou tanto alguém, não pôde permitir que ele avançasse além dos outros. E ele que também a amou, não queria tê-la apenas de longe.
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Terça-feira, Maio 11, 2004


Se alguém tiver uma passagem para Valparaíso eu estou aceitando. 
Explico: desde que aceitei as regras para viver no mundo virtual, isso tem se tornando uma rotina diária, um vício mesmo. Pois foi sábado e meu computador foi pro conserto. Há! Justo num sábado? E que eu poderia fazer no domingo inteiro? É... faz tempo que eu não sei o que é viver sem essa maquininha aqui... E esse blog? Tá certo, ele não é nada movimentado, mas a sensação de tá rolando coisas por aqui e eu não tá por dentro tava me dando uma "gastura"!! 
O computador ainda não foi arrumado (é, mas eu vou dando meu jeitinho...), o domingo passou rápido (é lógico, acordei 12h30!) e durante a semana tô com pouco tempo pra gastar aqui. Mas, que sinto falta... sinto!! 
Daí nem consegui pensar em coisas pra escrever... com as aulas, projetos das peças e o estágio, o único pensamento recorrente é "sono... cama... sono..."!! Minha mente tá cansada de ver quadros, meu corpo tá cansado de andar pelos museus... desde que voltei de São Paulo, não parei de entrar em contato com muita informação visual, e, acreditem, cansa!!! 
Bem, bem, bem... aniversário da mamãe hoje (escapando de um bobó de camarão!! urgh!), sábado tem show do Cordel do Fogo Encantado (é... bem que eu queria...), tenho uma prova ferrante pela frente e textos pra praticar (entenda, decorar!!)!!! Vamos ver, ainda não desisti do estágio (quando virem um zumbi de mochila cinza e cabelo armado pelo Centro pode olhar duas vezes!!!), vamos ver!!! 
Valparaíso... quero férias com nem duas semanas de trabalho!!! 
É isto: um post explicativo, enrolador, que tenta marcar presença e manter fiéis os poucos leitores!!!
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Sábado, Maio 08, 2004


Foi tudo tão rápido e, de certa forma, intenso, que tava tentando me acalmar pra escrever aqui. É, a simples viagem pra são Paulo provocou coisas estranhíssimas em mim. 
O roteiro: Picasso, sabado de manhã. MASP, a tarde. Bienal de Design, domingo de manhã. Pinacoteca a tarde. 
Queria qe não ficasse com cara de diário, mas é difiícil não partir pro relato. 
Ah! Picasso!! Vocês tinham que ver, ao vivo, (com menos pessoas, de prefência) na sua frente (e menos comentários altamente dispensáveis das caras senhoras que se vestiram para um passeio no Ibirapuera com uma esticadinha para a Oca). Mas, deixando de lado o caráter popular da exposição (chega a te dar alegria de ver fila de mais de 3 horas pra entrar num museu, mas beira a possessão quando vê a falta de respeito reinando no espaço), incrível como Picasso é bom! Bom, profundo, coisas assim!! Lógico que é uma fala com muito de pessoal nisso, já fui pra lá gostando das coisas que via em 5x5cm, imaginem como me senti ao dar de cara com coisas em tamanho real? É... intenso! 
Me peguei pronta pra chorar algumas vezes! Imaginem a cena: Milena olhando uma escultura, com sorriso bobo grudado na cara, olho enchendo de água e um monte de gente em volta dela... po! memorável!!! a fotinho aqui é da tal escultura: Cabeça de Mulher - Fernande. 
Próximo tópico (não que o assunto tenha encerrado, mas é pra não ficar me enrolando demais): MASP!!! Uhhuuu!!!! Talvez nunca Curitiba tenha um acervo como esse! Que isso... sabe o que é ter que perguntar se as obras são originais pq é muita coisa boa junta? Po, logo de cara tem uns Renoir, depois 2 Monet (lindos!), mais Van Gogh, Rafael, Goya, Manet, Picasso, Tarsila... é de ficar de queixo no chão! Sério... mas o melhor, o melhor de todos, o que fiquei sem palavras foi ver Os Retirantes, do Portinari. Só faltou tocar "é a parte que te cabe nesse latifundio, é a terra que querias ver dividida"! Juro! Era de sentar no chão e chorar pela nossa desgraça... absurdo, pra terem noção é do tamanho de uma parede, com cores vivas e uma força inexplicável! (abaixo, tentativa de provocar via net o mínimo que esse cara provocou em mim:) 
 

Daí tem todas as impressões da Pinacoteca - que tem um acervo muito bacana tbm, o predio é muito gostoso, sem contar o bosque ao lado que conta com peças expostas ao ar livre - e da Bienal que não vou ficar falando porque deu preguiça e porque acho que a essa altura ninguém mais tá lendo nada aqui. 
Me lembrem de contar como eu fui injustamente acusada de racista. De contar como foi minha primeira semana de estágio e como ganhei ingresso pro show dos Pixess!!! Muita coisa junta e eu com muita preguiça... mas tava devendo esse post a muito tempo, eu sei. Ah! Vou publicar aqui: http://photos.yahoo.com/milenafaria Não sei como colocar links no blog (aceito ensinamentos...), mas é lá que coloco minhas fotos de tudo... nada demais, mas pra quem quiser dar uma olhadinha... depois eu coloco outras da viagem, naum tah tudo lah! 
Que mais? 
Tem mais, tem mais... mas é tarde, é tarde, e amanhã acordo com as galinhas!