terça-feira, 25 de janeiro de 2005

2005

Segunda-feira, Janeiro 31, 2005


Tenho a sensação de ter perdido algo no meio da conversa. De ter ouvido algo e só ter entendido 10 minutos depois. A sensação de nó voltou. O Senhor Nó está presente novamente e eu não o cumprimentei na entrada. Eu andei dando uns pulos de alegria e o Senhor Nó segurou no meu pé para trazer-me ao chão. Eu que tinha asfixiado uma nova história antes do final feliz agora desejava que ela tivesse vivido um pouco mais que nada. Tem certas coisas que são difíceis de ouvir. Que a gente faz cara de que está tudo bem mesmo quando parece que o teto se abriu e começou a cair raios diretamente na sua testa. Eu não lido muito bem com a incerteza do mundo, mesmo sabendo que há poucas certezas (considerando aqui o ciclo da água, o crescimento dos pêlos e o anoitecer do dia). Eu tenho uma mania, ou uma necessidade, de saber pra onde estou indo, de controlar o timão. Engraçado isso, eu tenho sonhos repetidos, há muito tempo e com frequência. Quando era pequena sonhava que colocavam (ou, sem motivo, nos deixavam lá) eu e meu irmão dentro de um carro no topo de um morro. O carro começava a descer e eu tinha que conseguir controlar o carro, sem matar as pessoas de rua ou nós dois. Era engraçado (engraçado o escambau....), sempre meu irmão e eu. Hoje, o carro continua, mas meu irmão se livrou dele. Com algumas variações, eu estou sempre num carro de desenho animado (volante frouxo, freios gastos, marchas trocadas) e preciso (ou pra fugir de alguém ou pra chegar rapidamente em algum lugar) dirigir. Há umas duas ou três noites, pela primeira vez em muitos anos, eu sonhei que dirigia um carro e não existia nenhum problema. Eu conseguia fazer isto: eu dirigia normal, não atropelava ninguém e nem passava perto disso. Tá certo, antes que apareçam as interpretações banais: sim, eu tenho mania de tomar as rédeas de tudo e sim, eu reprovei no teste do Detran e não fui fazer outro. Mas, e por isso que contei toda a história, estou num momento em que o que eu menos tenho é certeza ou controle do que está acontecendo comigo. Se alguém me perguntar "e aí, milena, tudo bem?" eu posso dizer num minuto que está tudo lindo, com um sorriso que comprove isso, e no outro dizer que está tudo bem, e duas ruguinhas aparecerem no meu rosto. As duas da tarde de hoje eu estava feliz, esperançosa, aceitando o imprevisto. Doze horas depois, estou roendo as unhas, prevendo pesadelos, ouvindo o Senhor Nó e torcendo pra que tudo passe logo. Acho que de certo, apenas, pode-se dizer que eu sou uma garotinha pretensiosa, ansiosa além dos limites e de uma criatividade sem tamanho. De certo, também, eu tomei remédios demais, não vou conseguir dormir tão cedo e ainda me restam 4 semanas de férias... Já dizia meu professor Orlando, na sexta série (graças a ele eu guardei quem era o gerúndio), com uma voz grave, os cabelos muito brancos e dois grandes olhos azuis: "mente parada é oficina de satanás". Eu tinha três aulas seguidas com ele na sexta-feira e precisava inventar que o elástico do meu aparelho tinha arrebentado pra ele me deixar ir ao banheiro. Velho filho da mãe!
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Domingo, Janeiro 30, 2005


Banho de chuva 
Estava começando a chover perto de mim. Eu sentia calor há algum tempo, via algumas nuvens carregadas se aproximando, pingos chegaram a cair, mas nada que me fizesse acreditar que aquilo era chuva. Chuva de regar o chão, de encher as ruas, de encharcar os cabelos, lavar a roupa, fazer crescer a grama mesmo só hoje. Hoje, as nuvens correram, pediram um beijo de boa noite e desaguaram. Protegi a minha cabeça com uma folha de bananeira tão inútil que me fez pender os braços e aceitar a chuva. Não sei quanto tempo ela vai durar, se vai trazer um resfriado quando se for ou é apenas a permissão para que novas flores consigam brotar. Não sei e não me precupo. Estou como uma criança que começou a jogar bola quando chegou a tempestade e se recusou a correr pra dentro de casa pra continuar jogando bola. Estou feliz com cada pingo, com a temperatura agradável do ar, com a imprecisão da previsão do tempo. Estou na chuva. 

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Sábado, Janeiro 29, 2005


Eu, bem, eu... 
Eu tenho tido dificuldades pra escrever (como já notaram, isso ocorre periodicamente comigo...). 
Sabe, filha, as coisas saem do controle, as vezes. As vezes você não espera e o ônibus chega, você nem cochila, e já tá lá. 
Eu acho que ainda sou incapaz de escrever. (droga! mas eu queria...) 

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Vamos às fotos, então. 
(explicação: fotos das gravações de um vídeo "bem bacana" - em breve mais informações - que eu participei. 
elas fogem muito do que é esse blog, mas como estou empolgadona com tudo, antes, durante e o depois - e olha que tô pintando paredes há tres dias e ainda não enjoei - as fotos vão aparecer por aqui!) 


(ótimo, esse BLOGGER tá com problemas.... não consigo escrever, não consigo colocar fotos, é o fim do Felizes...) 

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Quinta-feira, Janeiro 27, 2005


Depois de dias sem atualizar, volto! 
Volto mas não escrevo... 
Tem muitas coisas acontecendo, minha garganta dói, minhas unhas estão sujas de tintas e ainda não coloquei o sono em dia. 
Tenho a dizer: eu agi imprudentemente ao aceitar fazer continuidade em um filme. Eu, que sou péssima em jogo de sete erros, que perco atenção quando tem mais de três pessoas conversando ao mesmo tempo, eu que não amo você (dududu-dush!)... 
Ok, falei que não ia escrever... 
Vou colocar as minhas rugas de preocupação aqui, num momento fotolog do Felizes... 


A Milena pedindo ajuda dos céus pra que a cena dê certo! 

 

Uma bagunça na esquina do São Francisco... 

 

Milena tensa de novo, olha pro monitor e escuta os profissionais... metida, logo logo ela palpitará! 

 

(aguardem, mais fotos nas próximas edições!!) 

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Sexta-feira, Janeiro 21, 2005


Carnaval 
Muitas, muitas coisas boas acontecendo e uma não. No que você pensa? Na não, lógico. Tem um cartaz gigante branco e um pinta preta num canto, do que você vai reclamar? Tem 19 unhas crescendo lindas e fortes e uma encrava, 3 irmãos com quem você se dá bem e um que não deu bom dia... Cinco dias de folia e um de cinzas.. Hu! Já entenderam! Por isso hoje vou dormir reclamando duma pinta preta que apareceu na minha vida. Todo esse prefácio (que talvez seja todo o texto) é pra ninguém ficar pensando que a garotinha aqui vai se jogar na frente do trio elétrico, vai esganar uma criancinha fantasiada de bruxa ou gritar com uma senhora que saiu pra comprar pão. Não, TUDO sob controle (até o que não deveria, mas já falamos sobre isso...). Eu só estou respirando mais fundo, umas contrações na boca, uma dificuldade de entender piadas. Eu tô chateada pelo silêncio, pela incerteza, pela confusão. Tava esperando a banda passar, ela passou, parou, tocou e não me emocionei. Vou dormir com cheiro de cigarro, acordar cedo debaixo da chuva, sorrir pra 30 pessoas, descarcar o esmalte velho. Vou me vestir de arlequim, ficar ocupada o dia inteiro, preocupada com os dias seguintes, esquecendo, anotando e lembrando de coisas. Vou reclamar da vida da maneira mais feliz que alguém pode fazer. Vou ansiar pela quarta-feira e me deprimir porque acabou. 

ouvindo: Felicidade - Tom Jobim 

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Quarta-feira, Janeiro 19, 2005


CONVERSÃO PERIGOSA 
Hoje, dando uma voltas de carro pra adiar a despedida, já de noite, muito noite, a placa avisa: CONVERSãO PERIGOSA. 
- Cuidado, acho que vai ter que fazer um xunxu ali... 
- Conversão perigosa... 
- Ixi! 
Espera. Preocupação, apesar do vazio do asfalto. 
... 
Tudo certo, curva feita. 
- Ê! Tranquilo... 
- Tava escrito "conversão perigosa", quer dizer que é permitido, mas é preciso um pouco mais de cuidado. 
Silêncio. 
... 
Eu ri, por dentro. Tem certas coisas que só o trânsito explica por você! 
...
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Segunda-feira, Janeiro 17, 2005


Egoísta em definitivo, ansiosa por experiência, insegura em hipótese. Ver o cachorro pulando na minha perna quando cheguei em casa foi irritante hoje. Foi irritante a chuva que caía insistente e imprevista. Foi ruim sorrir, falar, pegar o ônibus. Eu ansiei por aquela tarde de sol, o silêncio, o suor. Eu quero uma noite de sono inteira. Quero não pensar. Era um bom dia pra chorar, mas a casa tava cheia, o filme era de aventura, a barriga tava estufada. Me odiei por mudar de padrões, desejar o feio, sentir-me sozinha. Olhei pra mim e quase não me reconheci - ainda bem que aqueles dois riscos na testa continuavam lá. Tudo continuava, de verdade. Tudo era igual, tudo estava como sempre. Todos continuavam lá, longe, responsáveis, frios. Eu, quieta, ameaçando um bico, não consegui dar um passo a mais. "Está tudo sob controle", como sempre, acrescentei depois. Controle é algo que eu preciso perder de vez em quando. 

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Domingo, Janeiro 16, 2005


Eu sou o tipo de pessoa classificada como atrapalhada. Eu não sei onde pôr minhas mãos, não tenho controle sobre meu tornozelo, não dobro a lingua em duas e não resisto a uma espinha na testa. No verão, eu evito usar saias por causa das manchas roxas na minha perna e minha dificuldade de sentar que nem meninas. Eu não consigo ficar paquerando uma pessoa sem cair na risada, prepare-se: "olhos nos olhos" sempre vai vir ou com uma gargalhada tímida ou com uma desviada de olhos por total incapacidade de ser séria. E eu tenho um instinto natural de auto-defesa, o que acentua as trapalhadas minhas e do meu corpo. Eu derrubo garfos, comida no colo, refrigerante na mesa. Praticamente, um desastre disfarçado num corpinho - cheio de machucados, mordidas de pernilongo, hematomas de trambadas - de vinte e poucos anos! 
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Sexta-feira, Janeiro 14, 2005


Estou com um frio na barriga estranhissimo. To triste, eu acho. Só isso, uma tristeza qualquer que não tem pra onde ir, passou na frente da minha casa e entrou. Agora fico aqui engolindo saliva, colocando força na ponta dos dedos, esfregando os olhos. Eu tenho tudo pra estar cemporcento, mas "tão perto tão longe" é mais que cinematográfico pra mim. São duas da manhã e eu não sinto sono. Fico perambulando pela casa e encontro uma maternal cara feia, reclamando da hora. Certas coisas são insuportáveis depois de um tempo. Eu desejo (na categoria dos desejos impossiveis) ter controle sobre o meu passado. Não apagaria as situações, mas as educações, as influências, as faltas de escolhas. Eu escolhi algo, mas não fui escolhida por ele. Hoje, não to falando do meu passado. To dizendo de algo recente, de todo dia, algo que me alegra e que me deixa sem forças. Vontade de ficar muito mais perto, mais junto, mais encostado. De sentir um frio esperado na barriga, de trocar sorrisos e morder o ombro. Eu não sei dizer o que sinto, eu nem sei expressar tudo direito. Eu acho que confundo as pessoas, talvez porque eu sou uma pessoa confusa... Eu desvendo senhas onde não há, as vezes, um cachimbo é só um cachimbo, já dizia meu psiquiatra. Eu to triste por não conseguir dizer tudo, por não conseguir sentir tudo, por nunca estar completa. Eu não queria dormir (sozinha) hoje.
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Quarta-feira, Janeiro 12, 2005


Imagine que sua bunda é uma bola de futebol. 
Imagine que você goste de assistir futebol, em casa, sentado num sofá confortável, tomando cerveja, com o controle remoto na mão. 
Agora, vamos lá. 
Sua bunda virou uma bola, e todo você está dentro do jogo, numa grama verde e gelada, que espeta, 15 milhoes de pessoas olhando pra você, no segundo tempo de um jogo importante do campeonato (não é final pra não ser clichê e pra não avacalhar demais com a minha bunda...). Vinte e dois neguinhos e um juiz te pisoteando (quer dizer, a bunda). E você é a bola (tá, sua bunda é a bola, mas se ela tá lá, né, você...). Nasceu pra isso. Sua função é ser chutada, durante 90 minutos você não vai poder reclamar, afinal você é bola e bolas não reclamam. Você é a peça principal nesse jogo. 
Aquilo que você era, adeus. Adeus. Adeus. Imagine. 
Imagine que não há mais conforto, não há mais água fresca ou bom assento. Há sangue, suor e lágrimas (não reclamem, esse é o meu momento novela mexicana do sbt!!), apenas. 
Agora você voltou a ser você mas a sua bunda ainda lembra de quem ela foi. 
Imagine que antes de dormir você ainda sente na bunda os chutes que levou. Pensa em contar pra alguém mas TODOS diriam que você está fazendo um drama. 
Daí você senta no computador e escreve uma historinha. Não, você não senta. Você não vai conseguir fazer isso por alguns dias. 
Agora pode parar... 

Sim, hoje eu fui chutada! 
(e não reagi bem.) 

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Domingo, Janeiro 09, 2005


Quando você chegou à festa... 

Todo dia de manhã ela acordava sem saber o próprio nome. Costumava ter sonhos ruins, sempre dormia menos que desejava e tinha dores no corpo todo. Pensava que ginástica poderia aliviar esses males, mas mudar seus hábitos nunca foi sua maior habilidade. Ao levantar, ela inaugurava o ser perigosa do seu dia. Mau humor explicava muito, mas seus cabelos em pé e o rosto inchado reforçavam aquela imagem que ela conseguia esconder tão bem durante o dia. 
Todo dia antes de dormir ela pensava muito sobre si mesma. Talvez fosse por isso que acabava tendo sonhos ruins. Se remexia bastante antes de encontrar a posição certa pra deitar, mesmo que dormisse na mesma cama há 15 anos. Sentia que sua vida era como a hora de dormir. Ficava muito tempo do seu dia desejando poder retornar à cama e quando deitava não encontrava a posição mais cômoda. Queria muito dormir e inventava mil atividades antes de se entregar a Morpheus. Achava a cama menos interessante que o planejado. Achava que estava perdendo tempo. Não gostava dos sonhos que tinha. Sempre elevadores, pulos, vôos, pessoas que retornam. Antes de dormir, desejava que seus amores fossem olhados. Pensava neles com rancor, mas pedia que todos ficassem bem. Dormia como uma menininha, encolhida de pernas e braços. 
Todo dia, durante o dia, ela fazia inúmeras coisas. Não conseguia ficar parada, e adorava a palavra coisa. Enquanto assistia a filmes, balançava as pernas, batia os dedos, enrolava os cabelos. Entrou na escola aos dois anos porque não tinha quem desse conta dela em casa. Derrubou uma televisão pequena na própria cabeça quando tinha o tamanho da tv. Em aulas, desejava que seu dia tivesse 36 horas pra poder fazer tudo que gostava e não tinha tempo pra fazer. Nas férias, dormia 12 horas e se entediava nas outras 12 que sobravam. Gostava de ler, mas sempre pegava no sono. Comia, muito e bem. 

As palavras ficaram soltas nas folhas, as linhas inclinavam-se na diagonal, pra escrever três parágrafos eu tinha usado quatro páginas. Eu nunca te mostrei o texto pronto. Fechei o caderno e os olhos. Era a primeira vez naquela noite que alguém entrava no meu quarto. Você parou em frente à porta fechada. Ficou ali esperando que eu me virasse. Eu ouvi sua respiração funda e sorri. Você pediu para abrir as cortinas, eu deixei que acendesse o abajur. Por minutos, eu dividi aquela solidão com você, ou você pegou um pouco dela de mim. Sentou no pé da cama e perguntou o que era a comemoração lá fora e por que eu não estava lá. Você não sabia por que nunca tinha vindo me visitar antes: a festa era constante. Ainda coberta e virada, você pegou no meu pé. Não falou mais nada, ficou sentado na minha cama, com uma mão quente no meu pé. Era raro seus momentos de silêncio, os meus também. Eu estava tão cansada que não te perguntei como estava, como tinha chegado ali, como tinha passado pelo corredor, achado a porta certa. E você, quieto e confuso, reparava que as paredes estavam tão pálidas e doentes como eu, que meus pés e orelhas tinham as manchas verdes das paredes. Eu achei que se não respondesse as suas perguntas você iria embora, achei que se nunca tivesse falado contigo nunca chegaria à minha casa. Não era uma festa em que você ficaria bem, e eu queria que ficasse bem. Eu mesma não me sentia confortável. 
Às vezes, quando deitava, conseguia um pouco de silêncio, mas sempre havia o problema com o travesseiro magnético e os pés gelados, pensamentos dispersos, pernilongos vindos da rua. Foi a sua mão no meu pé me fez acreditar em você. Não disse nada e dormi. Dormi com você ali, iluminado por 40W do abajur, sentado na beira de uma cama pequena, pensando se gostava ou não da nova marca da IG (na verdade, você não lembrava qual era a nova e qual era a velha, se alguém tivesse te dito que sempre fora a mesma, você acreditaria). Eu sonhei que a moça alta que cantava Bossa Nova pros convidados engordava, levantava do banquinho, colocava a mão na cintura e cantava Escravo da Alegria. Abri os olhos lentamente e por pouco tempo. Era você quem cantarolava, ainda sentado, ainda com a mão no meu pé. Disfarcei e dormi, calma e confortável, de novo. 

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Sexta-feira, Janeiro 07, 2005


Abre parentesis: 
o post publicado às duas horas dessa madrugada foi cruelmente apagado depois de uma noite quase em claro pensando sobre o que aqui estava. 
ainda bem que pra muita coisa existe volta nesse mundo. 
Pode fechar. 

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Terça-feira, Janeiro 04, 2005


Por favor, não se torne tão importante pra mim. Não esteja sempre do meu lado, não me conte suas histórias, não se importe comigo. Não, não deixe que eu espere por você, que eu comece a desejar tua presença. Não sorria pra mim, não me olhe sorrindo. Não encoste no meu braço, não faça com que eu goste da tua pele. Não me ligue todo dia, não prometa nada. Não me deixe fazer planos com você, não quero gostar do teu nome, nem te dar um apelido. Não me faça sentir especial, nem bonita, nem inteligente. Não vou acreditar nos seus elogios. Não fale mais comigo. Pode esquecer o endereço, o telefone, correio eletrônico... Eu não quero seus cuidados, seus carinhos, sua casa. Não vou te escrever uma canção, te contar um caso, revelar um segredo. Não quero ter que mentir mais. 

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Segunda-feira, Janeiro 03, 2005


Definitivamente, eu nunca vou me acostumar com mensagens sem exclamações, ois sem sorrisos, despedidas sem recomendações, beijos sem abraços. 
Sim, eu gosto do prolixo.
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Sábado, Janeiro 01, 2005


primeira constatação do ano: 
tenho a nítida impressão de que não estou vivendo. 
ou, a minha vida tem poucos momentos reais. 
parece que todo o resto (fora esses espasmos de vida) é simulação, modo de espera, versão teste, stand by, tela de descanso. 
o que há de errado comigo? 
(sim, pergunta "próbis" para um dia "próbis" ---- esperemos por melhoras nos próximos dias) 

constatação 2: 
devia ter comido uvas, cerejas, ervilhas e lentilhas. 
devia ter feito promessas ao invés de ter olhado pra trás. 
devia ter acreditado em algo. 

constatação final: 
é tarde pra recomeçar? 
quanto tempo tenho? 
(droga! isso não é - nem de longe - uma - afinal, são duas - constatação!) 

constatação p.s.: 
tem certas palavras no mundo que são muito legais de repetir: constatação, pantufa, hipodérmico, esdrúxulo, Ali Boulala são algumas...