quinta-feira, 25 de novembro de 2004

2004

Terça-feira, Novembro 30, 2004





Não era assim que eles falavam (eu ainda não ando com um caderninho anotando as belas frases que são soltas pelo mundo), mas no finzinho do filme, tem um lance do Ariel (esse carinha da esquerda, na foto) falando: 

"hoje eu sonhei que era pai. Sabe quando você sonha que está voando ou que está caindo? Temos a sensação de estar acontecendo, apesar de, de alguma maneira, saber que não está. Mas, sentimos aquilo. Hoje eu acordei com a sensação de ser pai e a contade de abraçar alguém que eu não conhecia." 

(eu posso ter desvirtuado a mensagem original, a lembrança da coisa pode estar baseada no que eu entendi sobre ela e não nela mesmo, enfim, grande pedida!!) 


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ANALFABETA FUNCIONAL 
01) Quantos anos você tem? 
R.: 21. 
02) Qual seu nome? 
R.: Milena. 
03) Elabore uma frase com as duas respostas acima. 
R.: Milena... 21... dedos? 
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Segunda-feira, Novembro 29, 2004


BALANÇO DO DITE: 
3 cataflans pra combater a inflamação no dente (sim, a dor no ciso é, na verdade, uma dor na parte e cima da gengiva que cobre o dente), 3 paracetamols (com intervalo de de 40 minutos entre cada um) pra acabar com a dor de cabeça que a dor no dente me causou, 1 comprimido de guaraná pra me deixar acordada depois de tantos remédios (porque amanhã tem prova e o ser aqui precisa estudar), 1 propanolol pro coração ficar sobre controle depois de tantos remédios e ativadores. 
Isso sem contar da água oxigenada 10 volumes e a seringa no banheiro (pra desinflamar o dente), coca-cola e café pra combater o sono durante a tarde e o que vai vir agora, sonho de doce-de-leite, biscoito de manteiga e outros docinhos pra me distrair dos textos e Amelie Poulain no rádio na hora de tomar banho. 
Daqui a três dias meu corpo pára de me boicotar e eu volto a ser a Milena de antes (até que ponto isso é bom?...)! Paciência, meus amigos... foi isso que eu pedi aqui em casa!
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Domingo, Novembro 28, 2004


Tem dias que eu me sinto um zero 
Tem dias que eu me sinto um dente 
Tem dias que eu sou MilenITE 
[o que pode ser pior que estar em boa companhia, servido de boa comida, ouvindo um bom papo? 
Isto: não entender nada da conversa, estar com vontade de ir ao banheiro, parecer a antipática porque está sentindo tanta dor no ciso (siso? sizo? cizo? siso? ssiso?...) que nem consegue rir de uma piada que já perdeu (porque estava pensando no dente) e ficar se sentindo a idiota da mesa] 
Tem dias que eu deveria ter saido de casa maquiada 
Tem dias que eu sou a própria inflamação
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Quinta-feira, Novembro 25, 2004


Devia ter uma música pra este momento. Devia ser uma dessas do Wandula, que acabei de conhecer, ouvir, ver, sentir. Devia ter um termômetro de confiabilidade nas pessoas. Devia ter um alerta dizendo quando elas vão te surpreender. Devia ir dormir porque amanhã o dia é longo. Devia mandar tudo à merda. Se eu fosse um signo, devia ser algo com leão. Preciso perder essa mania de enfiar as mãos no cabelo quando fico nervosa e sem rumo. Preciso parar de morder meus dentes. Tenho que me lembrar de ser mais cética. Sim, mais. Preciso de uma música pra dizer por mim agora. Meu corpo dói das estrepolias de ontem. Desde os olhos, passando pela bochecha, queixo, ombros, braço, mãos e pontas dos dedos, sinto um peso que quase me impede de chegar na cama. Me impede de terminar de escrev 
(ainda tenho forças pra pedir uma música... "Sam...")
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Segunda-feira, Novembro 22, 2004


Viu? 
Às vezes, 
tudo o que pessoas como eu precisam 
é de um pouco mais de 
E S P A Ç O ! 


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Quinta-feira, Novembro 18, 2004


Roteirizardecuparproduzirfilmareeditar = 1 vídeo + inventarimagensparatrêsminutosdeumevento = 1 vídeo pro Putz +entrevistacomPróreitoraparaarrumarumprojetoantesdadocomoconcluído = 1 vídeo + assistirSalomé = 1 prova +assistirOPovoContraLarryFlint = 1 trabalho de Sociologia + lerumtextoeescrever = 1 resenha + lembrardeaulasperdidas = 1 prova de Legislação + xunxarumtrabalhojáfeitosobreimprovisação = 1 trabalho de Interpretação +umacoreografiademúsicaafricana = 1 trabalho de Dança + lertrêstextoseanotaçõesdeaula = 1 prova de Teoria da Comunicação = nervosismolatenterugasnatestacabelospracimamauhumoriminenteespinhasunhasroidas perdadanoçaodomundoexteriormaisumpoucodemauhumorpontofinal 
Tem coisas que não tem preço... 
Paratodasasoutrasvocêfingiloucuraouenlouquecedevezetentaratestadodeummédico 
psiquiátricopraaumentarseusprazosdeentregadetrabalho: 
INFERNO ASTRAL: Sempre 20 dias antes do último dia de aula do ano! 

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Constatação do dia (com duas rugas de tensão frisadas na testa): 
Eu tenho a mente de um velho reacionário de 61 anos. 

Frase do dia: 
"Onde esse mundo vai parar, meu Deus?" 

Pensamento do dia: 
será que eu sou um personagem do Nelson Rodrigues? 

Almoço do dia: 
beterrabas, com muito sal. 

Música: 
"michelly, ma belle, son de mon qui von tre bien ansan" 

Constatação 2: 
desistir de falar francês.
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Domingo, Novembro 14, 2004


Dois xisbúrgueres e um milquecheique de ovomaltine. ...
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Sexta-feira, Novembro 12, 2004


Estava no ônibus, novamente. Novamente, lendo. Engraçadinha, seus amores e seus pecados. No segundo tubo, ele embarcou. Havia lugares vagos. Por algum vago motivo, ele decidiu ficar em pé ao meu lado. Sentada, só enxergava até metade do seu tronco. Calça marrom, camisa azul, algum sapato vagabundo preto, uma bolsa atravessada no corpo. "Deus prefere os afogados." A leitura prosseguiu até que pude sentir o cheiro dele. Como aquele homem podia estar com aquele frescor àquela hora da noite? Eram quase onze, afinal. Ninguém, às onze, tem cheiro novo de perfume, de desodorante. Ele voltava do trabalho, de uma sexta-feira cheia, quente até, e cheirava. Uma pausa. Sim, era, mais uma vez, aquela fragrância conhecida. Uma vez, talvez na sexta série, aprendi que a única memória que não conseguimos enganar é a olfativa. Deixo registrado que sou praticamente uma deficiente olfativa, cheiro pra mim, ou não existe, ou é tudo igual. Até hoje, há apenas dois que nunca se foram: o cheiro de biarticulado novo, e esse. Aliás, como nunca perguntei se era de desodorante ou de um vidro de perfume? Voltemos. Sim, eu precisei parar um momento. Como aquele homem tinha aquele cheiro àquela hora da noite e ainda tinha a petulância de ficar em pé ao meu lado? Não pude olhar pra ver seu rosto. Fantasiei um conhecido. Alguém que me conhecesse sob a influência daquele cheiro nas minhas memórias, e depois dela. Ao pôr do sol, achei que tivesse visto seu perfil no meu Chinês. À noite, através da janela, o mesmo perfil ficou mais real. Real e ignorado. Às onze, no ônibus, mais uma chance de reviver você. Engraçadinho. O ônibus vai fazer o retorno da coca e penso porque, periodicamente, sua imagem, cola. Princípio de raiva. Vejo a minha imagem no reflexo do vidro. Eu, novamente, mudei. Sorrio. Obrigada, senhor, seu cheiro me fez lembrar que nunca gostei mesmo dessa química. Próxima parada, terminal... Olhei o rosto: 40 anos, moreno, sofrido. 
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Domingo, Novembro 07, 2004


Um pouco antes de morrer (eles sabiam que aconteceria inevitavelmente), ele implorou para que a cerimonia fúnebre fosse rápida, sem músicas nem fotos, apenas o necessário para satisfazer familiares e curiosos. Queria ser cremado. E queria, ao lado do seu corpo no caixão, que algumas coisas fossem queimadas com ele. Seu "corpo" - era assim que ele sempre se referia a ele mesmo depois da morte. Era possivel que tivesse clareza que, depois do fim, aquela carne só seria a representação do que ele "foi", só seria um corpo, e não mais todo ele. Toda aquela junção de sonhos, esperanças, raivas, protestos, lembranças e feitos não seria ele. "Ele" iria continuar, malfeito, inacabado, fora de si, sem pouso, mas ia keep walking. Na cama do quarto deles, onde seu corpo permaneceu por instantes depois do fim, ela relutava em satisfazer seu desejo. Era essa dubiedade mesmo. A cama deles, os corpos deles, os desejos deles. Ela desejava acreditar que ele ainda estava presente apesar do frio no corpo, apesar da imobilidade. Queria ficar ali por mais alguns dias, queria reunir forças para se separar do corpo amado, do seu cheiro ainda tão vivo, das suas mãos e daqueles cabelos tão lisos como o dela nunca pôde ser. Queria ser forte para poder colocar dentro do caixão todas as cartas e presentes que havia recebido dele. Esse era o combinado. Combinaram não reviver seus momentos juntos, combinaram queimar a lembrança física e deixar que o resto se apagasse com o tempo. Ele achava que seria justo com ela. "Justo?", ela pensava agora. Justo seria que ele ainda estivesse lá, que seus corpos não viessem nunca a se separar. Nunca. Não gostava dessas palavras com efeitos generalizantes. Uma vez, contou-lhe um ditado budista (a verdade é que ela já não mais lembrava a origem do dito - seria esse o primeiro indício da verdade sobre as memórias dos vivos?), algo como "amar é saber viver sem a pessoa amada". Ela entrou em pânico, ele, calmamente, disse acreditar que se fosse para ela ser um pouco (que fosse) mais feliz longe dele, abriria mão de sua presença. Ela, ainda em pânico. Ele tentando explicar sua crença num amor doador, ausente. Eram essas diferenças que a tinham atraído. Traído, agora. O corpo tinha sido levado ao cemitério sozinho. Ele não carregou nada de seus cantos e crônicas de amor. Não foi nem queimado. Todas as promessas foram traídas pela agonia de queimar o fim. Desejou ter morrido primeiro. Queria ter podido decidir pelo fim. Queria que aquele fosse o seu corpo. Queria, ao menos, poder saber onde o corpo estava, queria cartas pra ler, fotos. Queria poder ler seu nome numa pedra e poder enfeitá-lo com coroas de orquídeas. E, agora estava só, era ela quem decidia. Escolheu ter um lugar pra regar com lágrimas.
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Quinta-feira, Novembro 04, 2004


Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... Ai que sono! AI que sono! ai, QUE sono! Ai, que SONO!!! Ai, QUE SONO!!! AI QUE SONO!! ai que sono... aaaahhhhh!!!! que sono.... 
sim, sim, sim, eu gosto MESMO de dizer o que eu to sentindo... 
Por que quanto mais eu dumo, mais eu QUERO dormir, e quanto menos eu durmo, MAIS eu quero dormir? 
É, a vida não é mesmo lógica...
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Segunda-feira, Novembro 01, 2004


Acabei de me pegar na frente do espelho, sem fazer nada, apenas pensando em por que estou tão sem energias. Por que tem momentos em que uma tristeza e desanimo tão grandes me atingem? Por que eu me sinto uma fracote desinteressante e superficial? Há minutos, acabei de me flagrar observando uma espinha que está surgindo na ponta inferior do meu nariz. Metade de mim amaldiçoava a acne e a outra pensava nos motivos que me tranformaram num monte de trapinhos. E, como num momento de iluminação, senti que eu sentia medo. Que estava com medo pelos motivos mais tolos que podem haver. Estou sentindo medo por antecipação, prevendo (como se isso fosse possível) que logo logo vou tropeçar novamente. Olhando pra ponta do meu nariz, de repente, admiti que estou colocando todas as pessoas dentro do mesmo saco e querendo provar que o gosto do suco que vai sair vai ser sempre com aquele azedo já conhecido. E não tenho coragem pra me provar o contrário. Agora estou aqui, comendo um pão com requeijão, olhando pra tevê, olho pesado, cabeça pesada, miolos chuviscando... Enquanto troco os canais, procuro ouvir de algum apresentador de telejornal a previsão do tempo. Fico à espera. Hoje à noite, espero reaver minhas forças, espero passar umas semanas, espero ficar firme, e sem medos.