quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

2008

Quarta-feira, Dezembro 24, 2008


“It's always better on holiday 
So much better on holiday “ 

Tem que ser melhor que ontem, não acha? Por que, eu pergunto, o que foi esse passado? O que foram esses últimos dias? Eu não sei responder, aposto que você tampouco. Os amigos que presenciaram a minha ausência e estiveram do seu lado não falam mais. A regra do silencio impera. E, a partir de agora, não sei mais onde os acentos serão colocados. Você fica do meu lado? Eu devo dormir sozinha? Agimos como estranhos ou como sempre? Eu também deveria ter dito que há um novo começo apontando para mim. Um novo com nome velho, mas no que isso importa? Apenas eu sei que preciso de uma base lá, onde você não está mais , onde não vejo você na televisão ou pisca seu nome em alguma revista de moda. Tem que ser melhor que ontem, você não acha? O fim desse é o começo de lá, o que é bom, mas não é tudo. Eu quero um novo, pra ver o que acontece. Se você quiser, venha junto. Isso, você mesmo. Quer vir? Oi? Quer? Sou sempre eu quem pergunto. 


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Terça-feira, Dezembro 16, 2008


2008 foi um ano ruim. 

Pena que já escreveram esse livro. Parece que 1933 também não foi um ano bom. 




Sábado, Novembro 29, 2008


Você se preocupa? Sabe a dimensão dos pequenos gestos? A importância das ligações madrugada a dentro? O tamanho do estrago que as histórias causam? Falta sossego nas minhas manhãs, perspectiva, paixão. Não há sonho bom, não há alegria, nem esperança quando ouço seu nome ou satisfação por saber dos seus mínimos detalhes. Você se preocupa? Você sabe que é isso que está se passando do outro lado da linha? Não, eu não estou bem, e você, vai continuar? 
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Domingo, Novembro 23, 2008


Foi uma cantada na rua, enquanto caminhava pra tomar sol, num domingo chuvoso e sem esperanças, que ela se deu conta de quem era e quem não lembrava mais ser. Não aceitou a proposta e nem sorriu para o homem que perguntou se ela queria um negão na casa dela. Andou reto enquanto ainda era chamada de princesa, gostosa, oo lá em casa. Mas, dentro dela, pensou no que aconteceria se aceitasse o negão. E se ela quisesse ele em sua casa? Ela queria tanto estar com alguém, sonhava repetidamente que não estava mais sozinha e que seu quarto ouvia ruídos de amor. É claro que não queria o negão – nem sabia se ele era assim mesmo – mas se viu renegada e incapaz de acreditar que poderia ser amada novamente. Ela, que já foi tantas vezes desejada e, por que não?, amada, não sonhava mais com carinho, com as mãos no seu rosto, com um sorriso de admiração. Ela, para sua surpresa, achava que tinha acabado. E nem sabia que era assim que se via, por isso ficou admirada. Ficou surpresa porque foi a cantada barata e até suja do negão que a fez olhar pra si. Ela, como qualquer outra, poderia recomeçar, em grande estilo – por que não? Por que não se via mais como era? Porque há meses não se olhava mais no espelho? Aquele mesmo que precisou se enxergar antes para ter o que perdeu, agora precisa se ver para reaver o que tinha e deu pros outros. Confuso assim mesmo como ela está agora, sem querer explicar mais, sem querer que perguntem como ela está. Num domingo frio e chuvoso de novembro, ela passa os dias escondida num quarto de retirante, sozinha como um cachorro molhado, usando remédios que façam o dia passar melhor. 
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Segunda-feira, Novembro 17, 2008


Sem dramas, sem mimimi, mas eu não tenho mais sonhos. 
Simples e triste assim. 
Absolutamente não sei aonde/onde quero chegar, 
nao sei o que estou fazendo aqui e o que faria em outro lugar. 
Aceito sugestões, críticas, elogios e saídas fáceis.

Terça-feira, Outubro 28, 2008


A Pequena tem que ficar feliz com coisas pequenas, ele diz. Diz sem pensar no que ela pensa, sem ter a idéia nada ingênua de que ela fica feliz a cada pequeno gesto, a cada pequena frase dúbia, boba, solta ao léu. A pequena. Pequena. Minha pequena. As palavras sonhadas, cansadas, sonhadas, lembradas, suadas, sonhadas, lentas, boas, desejadas, palavras. Só palavras. Apenas. Palavras pequenas, pequenas esperanças, pequenas coisas. Pequena, não tanto como tanto já foi, mas ainda bem pequena. Não com sonhos grandes, como ela tinha dito antes, mas com grandes expectativas, querendo andar grande, ainda que pequena pequena pequena. Ainda a dele.
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Domingo, Outubro 19, 2008


O seu mínimo esforço realmente me impressiona. Me impressiona que você não tente fazer nada para que o inevitável aconteça, me impressiona que você deixe fechar a sua única porta de saída. Ela não a fechou, mas você insiste em fazer isso, como se ali não estivesse a coisa de maior valor que você já teve em mãos. Não anda 200 metros para impedir que ela se vá, não se esforça com um telefonema para que ela volte a te fazer sorrir, não mostra seu sorriso cinza para que ela não se esqueça definitivamente de você. Você não faz nada para impedir que sua única possibilidade de ser feliz hoje se perca. Tudo o que ela tem seu hoje é o seu pior, mas você insiste em não mudar. Você arruinou tudo e a cada dia olha os seus destroços (e os dela) com a passividade de um perdedor nato. Isso realmente, realmente, me impressiona. 
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Terça-feira, Outubro 14, 2008


Ontem a noite eu cometi o teu assassinato. Eu peguei as tuas memórias e apaguei. No teu coração eu joguei pedregulhos pesados de arremessar. Mas joguei. Joguei contra a parede do meu quarto, onde você nunca mais vai pisar. Vi os caquinhos se formarem com um sorriso enorme no rosto, cheia de satisfação de te ver sofrer. Ontem eu não suportei mais uma de suas histórias de amor e perdição e acabei com você. É, como estou dizendo mesmo, sua morte não foi delicada ou carinhosa, como você gosta de pensar que eu sou. Não fui boa. O maior coração do mundo estava cheio de ódio de você, cheio de pena, de nojo, de raiva mesmo. Foi passional sim, mas paixão de desespero, paixão de ódio, paixão que mata. Foi raiva de mim por ter esquecido quem eu era no meio de tudo isso que era você. Que sempre foi você. Vocêvocêvocê até me sufocar. Onde eu estava com a cabeça mesmo? Ah, sim, estava embebida em álcool e achando que isso era normal. Achei que você era normal, ou achei que ia melhorar, que ia passar. Ontem a noite eu matei você porque eu tinha esquecido quem eu era, que eu não era você e que você não merecia nem um pouco mais do que meus ouvidos eram capazes de dar. Matei você porque ninguém mais pode passar por isso, porque quero me livrar pra sempre da tentação das tuas gracinhas, da gracinha do teu sorriso. Não existe mais. Mais nada de você restou. Leio isso pisando nos cacos, varrendo os pedaços, juntando tudo e mandando reciclar. Agora acabou, você acabou de uma vez e eu recomeço novamente. Descanse em paz. É, ainda tem um pouco de bondade em mim.
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Sexta-feira, Outubro 10, 2008


Em poucos meses, o mundo virou contrário para eles. A separação que parecia normal como qualquer outra, mesmo sendo trágica como qualquer uma, era só mais um fato da normalidade de suas vidas. Algo para agitar o coração. Mas, em poucos meses o universo particular deles também se alterou. A doença chegou na casa dos seus amigos e não saiu mais, uma cobra venenosa invadiu o quarto de outros queridos, deitou na cama e expulsou a tranqüilidade de perto de todos os conhecidos. A vida, aos poucos, deixou de existir. Apenas as alegrias dos finais de semana, as gargalhadas vazias que doem o canto da boca, o olhar arregalado que assusta e diverte. Só isso, ao custo de 15 reais, fácil assim. Fácil de ir, impossível de retornar. Nem a separação é mais real, nem o rancor, a tragédia, o desencanto. Real hoje é a fuga, o intangível, o medo. Medo grande de que fisicamente os queridos desapareçam. Medo grande de que a opção errada e definitiva seja escolhida. Medo grande de que tudo isso esteja realmente acontecendo.