domingo, 25 de maio de 2008

2008

Sexta-feira, Maio 30, 2008


“Babe, it's time we give something new a try. Alone we may fight” 

Depois disso, pegou o trem e deixou a cidade. Deixou o país, a vida, o amor, a música, o sonho, o cabelo negro, o olho azul, deixou os verbos. Querer, desejar, ser, possuir, esperar. E depois começou a viver intensamente um profundo nada. E descobriu novos prazeres. 

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Quinta-feira, Maio 22, 2008


Três dias de calmaria e a desesperança retoma seu lugar. Um pensamento auto-afirmativo me disse essa manhã que eu posso mais que isso. Mas logo veio a realidade e o silêncio e tudo voltou a dois passos do estágio inicial. A vida é mesmo solitária, diriam tantos. Eu sou mesmo pequena. E hoje carrego o peso do mundo sobre as pálpebras. 
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Eu queria que me despedir de você fosse banal assim. Assim como acordar ao teu lado foi banal tantas vezes. Almoçar com você. Comer você. 
Queria te dizer tchau como quem pede um quilo de bananas. Virar as costas e não ter a sensação de que tudo morreu ali. Que eu morri. Queria saber ficar longe sem sofrer tanto, sem amar tanto, sem te esperar, sem que os dias não parecessem um livro sobre tragédias. Eu queria te ver sofrer, amar, chorar, doer, cantar, gozar, rir, desejar, reclamar. Eu desejo saber me separar de você e continuar a desejar. Queria que fosse suportável. 

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Terça-feira, Maio 20, 2008


Foda-se! 



Sensação boa, né? 


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Domingo, Maio 18, 2008


Tem daquelas situações estranhas em que você se sente sem rumo. Chega em casa e fica sentando olhando para a televisão desligada. Isso não é normal. Quer comer algo, pronto, que já esteja com o pacote aberto, no sofá. Tenta definir o que está sentindo e não acha palavra nenhuma. Realmente nada. Sente-se... como está se sentindo agora? Nesse momento, até pensar cansa. Maldita inquietação! Tenta não pensar que a coisa não tem nome pra não ser obrigado a descobrir que sensação é aquela... Dentro da cabeça uma música toca, baixa e repetindo o refrão... Ah! a música tem nome, letra... "but my heart, it don’t beat, it don’t beat the way it used to..." É a unica coisa que passa pelo entendimento. As pernas querem mudar de posição, mas é necessário que o peso volte pra Terra, descarregar mesmo. Então lhe vem à mente a possibilidade de registrar todas as coisas engraçadas e repetidas que estão acontecendo nesse minuto, mas, qualquer reação acabaria com o momento. Não há o que fazer. Chega à conclusão de que é realmente dificil dar nomes às coisas e que nem sempre o que é obvio é ululante. Resolve ir dormir sem pijama ou escova nos dentes, pelo menos hoje.
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Quarta-feira, Maio 14, 2008


Acordo. Mal. Remédio. Mal. Mal. Mal. Bem. Café da manhã. Bem, bem. Silêncio. Mal, mal, mal mais um pouco. Ônibus. Bem, sono. Mal. Calmantes. Bem, trabalho, mal, bem, sono. Guaraná. Bem. Mal, mal, remédio, bem. Calmantes bem. Sono. Bem, final da tarde, mal, mal, mal, mais um pouco. Banheiro. Choro. Calmantes. Bem. Casa bem, sono, mal. Noite mal, calmantes, bem. Acordo, mal. Remédio. Bem. 
É mais ou menos assim. 



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Terça-feira, Maio 13, 2008


Não posso mais ouvir Nação Zumbi, nem assistir Simpsons, comer comida japonesa ou pensar em você. Não posso mais planejar os finais de semana, as viagens desesperadas, a cor clara da minha unha. Meu corte joãozinho não faz mais sentido pra ninguém e dentro do meu quarto que você nunca esteve, tive que recolher os seus restos resistentes. Rima besta. Amor besta. Choro besta. Besta eu. Não posso mais ter meus amigos, minhas férias, meus domingos. Não posso afirmar nada mais sobre mim, porque eu estou perdida em algum lugar entre você e esse nada. 
Besta tu. Besta eu. 



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Quinta-feira, Maio 01, 2008


Pergunta do dia do trabalhador que trabalha: 
Calmantes fititerápicos funcionam? 



There was an open chair. 
We sat down in the open chair. 
I said if destiny’s kind, I’ve got the rest of my mind. 
But my heart, it don’t beat, it don’t beat the way it used to. 
And my eyes, they don’t see you no more. 
And my lips, they don’t kiss, they don’t kiss the way they used to, and my eyes don’t recognize you at all. 
For reasons unknown. 

(Killers) 


Sexta-feira, Abril 25, 2008


About me, myself and I. 

O que há? 
Pouco, fatalmente. Ou nada mais, como saber ao certo? Eu só não sei. Escrevo para ninguém, converso com palavras cruzadas, tenho medos infantis no meio da noite, sinto dores nas costas, e coragem para desistir de tudo que tenho. 
Agora tomo ansiolíticos por conta própria que só fazem efeito moral. Ligo para casa aos prantos porque não sei dar um nome para os sentimentos descontrolados que passam na minha cabeça numa linda quinta-feira de sol. Me torno insuportável para os amigos enquanto interpreto o orgulhoso papel de heroína da casa. 
heroína. 

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Terça-feira, Abril 15, 2008


Medo do Google e do meu nome. 
Medo de perguntas indiscretas ao telefone. 
Mas no fundo um orgulhinho bobo pelas novas aparições. 

Cadê todos?
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Sexta-feira, Abril 04, 2008


Há anos escrevia sobre um homem que desapareceu. Na verdade, seu vulto era visto pela cidade sempre perto das seis da noite, de costas, com pressa. Na verdade mesmo, ele também aparecia em sonhos. O que muitas vezes era muito mais real do que qualquer momento que tiveram juntos. De verdade, achava que mesmo o tempo não mudaria nada que sabia sobre ele. E achava que sabia tudo. 
Gostava da distância segura que garantia a possibilidade de um contato restrito. Ele, pra ela, era uma história particular. Quando falava dele era mais como um personagem da sua vida do que um vivente que verdadeiramente sempre esteve por ai. Achava que sabia tudo dele, já disse isso, mas achava que ninguém mais poderia conhecê-lo como ela. 
Na verdade, a história acabaria aqui, como acabou tantas vezes há tantos anos, não fosse o desajuste do tempo. Sinceramente, não sabe o que isso significa, mas acredita no impulso das palavras. Por isso erra tanto hoje e por isso também errou tanto quando não era assim com ele. 
Há tempos não se preocupava com a história deles porque jurava que a versão final era a dela. Mas foi pega de surpresa quando ele deixou de ser um vulto e virou história dos outros também. Na verdade, virou vida de outra. Não apenas outra, na verdade, mas outra próxima, outra perto, outra morena, e com nome, e com telefone, com sorriso e com paixão. De verdade mesmo, por mais que ela não entendesse o que isso significava, ele continuava a atuar. Ele estava lá. Não mais para ela, a menos nos sonhos eventuais em que aparecia no meio de uma festa, no canto da sala em que o teto queria se encontrar com o chão. Lá estava ele. Confuso como a história, como a verdade, como os desejos. 


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Quinta-feira, Abril 03, 2008


Em São Paulo ou em Curitiba, 
não deixe para usar amanhã a roupa que você gostaria de usar hoje. 
Certamente choverá. 



Domingo, Março 16, 2008


Desculpa a minha fraqueza e o meu amor. Eu não posso mais continuar longe, só. Me permita voltar e ser pequena, voltar e ser comum, ser feliz e talvez me arrepender. 
Lamento a verdade, eu não acredito em nós sem o cotidiano. Eu quero as brigas, o enjôo, a mesmice, o banal, a discussão, o amor. Não há amor pelo telefone, não há você só de lembranças. Eu te amo pela convivência. Eu te amo pelo dia-a-dia, por quem nós somos juntos, únicos, bobos e estranhos. 
Eu quero meus domingos contigo, nosso medo nos dias cinzas, nossas alegrias contrabandiadas, a ressaca, a cumplicidade. 
Desculpa a fraqueza, a franqueza, mas eu não posso mais. 
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Quarta-feira, Março 05, 2008


Eu queria que me despedir de você fosse banal assim. Assim como acordar ao teu lado foi banal tantas vezes. Almoçar com você. Comer você. 
Queria te dizer tchau como quem pede um quilo de bananas. Virar as costas e não ter a sensação de que tudo morreu ali. Que eu morri. Queria saber ficar do teu lado sem sofrer, sem amar tanto, sem te esperar, sem desejar que cada momento fosse único e intenso como só seria se fôssemos um livro sobre tragédias. 
Eu desejo saber me separar de você e continuar a desejar o mundo. Queria que viver ao teu lado doesse menos e que a tua ausência fosse uma possibilidade fácil. 
Eu queria te ver sofrer, amar, chorar, doer, cantar, gozar, rir, desejar, reclamar. Queria que eu fosse insuportável. Que cada momento longe fosse como vinho forte e ácido. Queria paixão, ciúmes, lágrimas, egoísmo, sentimentalismos. Sempre um pouco mais para que eu não me sinta só. Só na cadeira 33 da viação cometa de 23h59 sentido São Paulo. 

“Eu fui morar na Estação da Luz, porque tava tudo escuro dentro do meu coração” 
Tom Zé. 

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Segunda-feira, Março 03, 2008


Ah, Ritiba! 
Quem poderia acreditar que tuas cores um dia me fariam falta? 

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Terça-feira, Fevereiro 26, 2008


Procura-se moradia em casa confortável,segura e barata. 
Procura-se um tele-transporte imediato sentido São Paulo - Curitiba. 
Procura-se emprego bom, com chances de futuros promissores e que não trabalhe final de semana. 
Procura-se idéias para reportagens em revistas de comportamento, diferentes e objetivas. 
Procura-se um abraço apertado, um dia de sol, uma noite de sono. 
Procura-se senso de realidade, pílula vermelha, porque a azul esgotou. 

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Terça-feira, Fevereiro 19, 2008


Só há dúvidas. 
Compra-se certezas. 
E mais palavras que formem textos. 
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Sexta-feira, Fevereiro 08, 2008


I can. 
I sei. 

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Quarta-feira, Janeiro 30, 2008


Pressao, solidao, falta de acentuacao. 
Tristeza, frieza, nada de moleza! 
Frio, rios, muitos brios. 
Ai! sai! Vai! 
Ui. 
O loco... Socorro! 

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Sexta-feira, Janeiro 18, 2008


“Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora” 

Não é de hoje que ela se prepara para partir. Com um coração esmagado na mão e a outra vazia, resolveu ir sem se despedir, já que, silenciosamente, já havia dito adeus muitas vezes. Chorou tão sinceramente antes que agora estava cansada demais para sentir dor. O despedaçado que trazia às mãos por nada ansiava. Agradecia a desventura que a separava de seu maior vício. Certamente iria sentir menos do que hoje: amor de morte, amor de vício, de comiseração e lamento. O fim esperado chegará dentro em pouco, todos sabem e sorriem – mesmo que sem certeza, sem clareza e sem sinceridade.
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Quinta-feira, Janeiro 10, 2008


- To pensando num modo de te fazer feliz... 
- ... 
- Eu estou... 
- ...