quinta-feira, 25 de março de 2004

2004

Quarta-feira, Março 31, 2004


"And I came here to talk, 
I hope you understand, 

And I came here to talk, 
I think you should know
" - (ouvindo) Green Eyes - Coldplay. 

 

Já que não fui em que escrevi, aqui vai a melhor das adaptações, com carinho e raiva. 
Mais uma daquelas que eu queria ter escrito antes dele(s)... 


Hoje acordei querendo escrever a carta mais bonita do mundo. Munida de algumas boas frases e bastante pretensão não tive outra opção a não ser dar vazão a esse desejo. Dessa vez as idéias não estão tão claras como de costume, e essa é exatamente a melhor das matérias-primas para grandes textos, o não saber onde se quer chegar. Queria saber relativizar melhor os termos, o juízo, as expectativas a serem frustradas, mas no fundo concluo que não. Concluo que criar expectativas faz parte da minha vida, é gostoso, e frustrar essas expectativas faz parte do jogo. Mas que jogo? Não sei, deve haver algum. Às vezes em relação a você me sinto como o tripulante de 2001-Uma Odisséia no Espaço, vagando na órbita da terra, em silêncio. Sou um personagem do Kubrick, talvez eu seja o monólito. Talvez eu seja tão antigo e tão resistente que vou passar por eras e eras, sem que ninguém entenda exatamente o porquê da minha existência. Eu entro e saio de relacionamentos assim, como um mármore preto: rígido e frio. Eu trafego em sua órbita porque onde vc está não há gravidade. Não é possível pisar em seu solo, nem fazer experimentos com seus minérios, você não permite. 
Acabei de ter um sonho e esta é a razão pela qual te escrevo agora. No sonho eu entrava num quarto e havia uma menina deitada no escuro, pairava um clima triste no ar. A menina estava de bruços, e eu puxei-a pelos ombros a fim de dizer-lhe algumas palavras de conforto, eu tinha certeza de quem era, mas não era. Tratava-se de uma menina que se apaixonou na faculdade e com quem já não falo há anos. Acordei com a nítida impressão de que esse sonho foi uma mensagem: resolva tudo o quanto antes, não crie fantasmas, então eu resolvi escrever-lhe. Quero estar bem com você portanto deixe-me conhece-lo e prometo esforçar-me para compreender seus sinais. Uma relação não se torna forte de um dia para outro, tenha paciência e permita-se tentar e errar também, é o que vou fazer daqui. Agora o próximo passou é seu: no envelope encontra-se o endereço e o telefone de onde estou, procure-me quando quiser. 
Um beijo, Milena F. 
PS> ou, pelo menos, alguém que escreve tudo o que ela tenta dizer tantas vezes. 

--------->comenta, vai: 0 

Terça-feira, Março 30, 2004


OPA!!! 
Amanha a noite, quarta-feira, dia 31 de março, vai rolar.... 
PUTZ!!! 
O Putz é o primeiro festival de cinema e video universitário de Curitiba, que é organizado pelo pessoal de comunicação da UFPR! 
Bem bacana!!! Bem jóia!!! 
O lance é o seguinte: mandei o video que fiz(emos - afinal a parada é coletiva!!) em Antonina (já falei muito dele por aqui!!!) e ele foi selecionado!!! Aaaeeeeee!!! De 93, 22 foram escolhidos e meu rebento estará lá!! Se vai ganahr alguma coisa não sei, mas tô convidando todo mundo pra aparecer no Memorial, no Teatro Londrina, antes das 18h pra ver os videos selecionados e torcer pelo GIRASSOIS, o meu bebe!!! 
Crianças, é isso, por enquanto. Tenho que dizer que minha presença por aqui tem sido incompativel com minha real vontade, mas é assim mesmo... eu to feliz! Feliz, porque, ao contrário do que disse hj pro Paulo (ae, Paulo!!) há coisas que tem tudo pra dar errado e podem dar certo!!! É isso!!! Se puderem, seletos e queridos leitores, apareçam amanhã!!!
--------->comenta, vai: 0 

Sábado, Março 27, 2004


ANIVERSÁRIO!!! 

 

Gostoso como a vida tem que ser!!!! 

--------->comenta, vai: 0 

Terça-feira, Março 23, 2004


 

Uma pequena imagem pra mostrar minha semana de caloura!!!!! (eu, meu padrinho, a demarcação de território e a marvada pinga!!!) 
Depois, depois, depois, eu escrevo sobre todas as coisas BOAS da vida, e de como sinto meus 21 anos!!!!
--------->comenta, vai: 0 

Domingo, Março 21, 2004


Semana de festival de teatro de curitiba, 
Semana com vida de caloura, 
Semana de aniversário, 
Semana "intensa como a vida"!!! 
Ainda bem!!!
--------->comenta, vai: 0 

Quinta-feira, Março 18, 2004


FRIVOLIDADES, BANALIDADES E FELICIDADE 

Terceira tentativa de escrever sem sucesso. Talvez seja uma escritora (escritora? eu? tá, é modo de definir quem pretende se expressar por aqui, não quer dizer que eu consiga) apenas para os momentos tristes. Existe isso? Existe escritores que se guiam exclusivamente pelo humor? Quero dizer, se Machado fosse um cara de bem com a vida ele não escreveria Dom Casmurro? Ou, nada a ver, Milena.... sei não, sei que eu nunca tenho sucesso em escrever coisas bacanas, momentos felizes da minha vida. Ou, até escrevo, mas perde a cor, nunca fica bem articulado. Talvez a felicidade não gere bons frutos. Talvez toda a efemeridade da alegria não permite que esses pequenos momentos sejam expressos, não com o brilho que teve, com o valor do momento. Enfim, tudo isso pra dizer que tive um dia ótimo, fora do comum, mas que não consigo fazer disso um belo texto. Vai ficar dito: o dia foi ótimo. E ponto. E ponto? Ah, não. Não consigo não dizer da minha semana de caloura, como tem sido bom, como estou voltando pra casa colorida e alcolizada (é, pelo menos mais pinga do que já tomei em toda a vida!!!), que agora tenho um "padrinho" muito gente boa e que a cada dia conheço mais e mais pessoas, primeira impressão: bacanas!! E, pela noite, como quase chorei de ver um espetáculo na Ópera de Arame. Pra mim, sensacional. Como se meu sonho de ver o Circu di Solei ao vivo fosse, em uma pequena parcela, realizado. Como foi bacana ter minha mãe como minha companheira e como tudo isso somou pra eu chegar ao fim da noite me sentindo uma pessoa especialmente feliz. Agora talvez seja ponto. Não tem muito mais o que se falar. Talvez se parar pra pensar o quento isso é volúvel, mas daí é deixar escapar o momento. E isso já fiz demais na vida. Bem, bem, bem, queridos... o dia foi bom, estou escapando do meu inferno astral e semana que vem tem festa! É isso, estranhamente me sinto comum. Feliz e banal!
--------->comenta, vai: 0 

Sexta-feira, Março 12, 2004


10 COISAS (corriqueiras) QUE EU (realmente) ODEIO: 

1 - Dia de chuva: lá vai você sem guarda-chuvas, procurando desesperadamente um espaço pelas marquises, que por uma razão inexplicável está sendo ocupada por transeuntes equipados por seus protetores tamanho família, ou inocentes sombrinhas de delicadas senhoras que nem pensam desfazer seus cabelos recém escovados pelo cabelereiro da vez. Odeio pessoas que andam com guarda-chuvas em baixo das marquises. 

2 - No ônibus: você enxerga ele parado, ou a ponto de parar, mede mentalmente a distância e acredita, com aquela fé dos tolos, que com sua considerável velocidade dos tempos de colegial, conseguirá chegar à parada, pegar o dinheiro (ou o vale, que, por ser de papel, está amassadinho em algum lugar da sua bolsa, talvez junto com os papéis de bala, que como bom curitibano, você guardou na bolsa para, um dia, jogar no lixo de sua própria casa), esperar o troco do cobrador e entrar no ônibus. Então, corre. Aproxima-se da roleta, o cobrador (nessa narrativa, é uma cobradora. Cabelos vermelhos, curtos, unhas muito compridas e pintadas do mesmo tom que a cabeleira. Suas unhas impossibilitam uma agilidade maior que a vivenciada todos os dias anteriores a esse em que você resolveu correr, e se esqueceu "dela") ainda consegue devolver seus 30 centavos da nota de 2 reais a ele entregue. Nesse momento você ouve um apito conhecido, um chiado de portas que se fecham. Ele se foi. Você ainda pode ouvir a voz feminina que anuncia "próxima parada, estação..." . Eu odeio correr para pegar o ônibus e perdê-lo na minha cara. 

3 - Ainda no ônibus. Dessa vez você não correu. São 6 horas da tarde ou 8 da manhã. O tubo está cheio, a Física seria incapaz de descrever como tantos corpos, bolsas, mochilas e carrinhos de redes nordestinas conseguem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. O seu ônibus se aproxima, todos se entusiasmam (há quem comente a "pouca vergonha desses ônibus... como pode? esperar tanto tempo pra vir uma coisa tão cheia assim..." e culpe a Urbs, a prefeitura, o governo Lula, a bomba na Espanha...), aí, o pecado: você procura manter a boa educação e segue seu caráter ariano de seguir às normas e regras vigentes, obedece ao decreto "ao embarcar nos Ligeirinhos, aguarde sempre o desembarque". Impossível! Logo começa a sentir uns empurrões e pessoas que tentam ultrapassá-lo, esbarrando nas pessoas que, ingenuamente, tentam se ver livres daquele turbilhão. Se é você quem tenta desembarcar, o seu dia de fúria pode ser aumentado exponencialmente. 

4 - Pedestre. Passeia pelas ruas congestionadas do meio-dia... vai ultrapassando os carros e pensando "que bom que não estou naquele ônibus, preso no engarrafamento..." Tenta, rapidamente, chegar ao seu destino. Vai atravessar a rua com o sinal aberto, pra eles. Odeio os motoristas que viram uma rua sem dar sinal. Ódio mortal. Se fosse possível chutar cada carro desses, assim seria. 

5 - Na rua, ainda. Imagine que você não é a pessoa mais afeita às feições (suave o som disso) que há. Longe de ser um modelo de fisionomista. Vindo do lado oposto ao que você está, na rua, alguém que pode ter estudado com você na sétima série, ou que conheceu num desses cursos que fez nas férias, ou, ainda, pode ser um primo de uma amiga que foi apresentado numa festa de Hallowen do curso de Inglês, há uns dois anos... Fica naquela dúvida chata se deve ou não cumprimentar (afinal, é ele ou não é?). Perto, já a alguns passos, resolve fazer um leve aceno com as mãos e aquele sorriso amarelo, licenciado apenas para situações como essa. Eu odeio quando a pessoa finge que não vê seu discreto cumprimento, olha para chão, ou procura por algo na bolsa, exatamente durante os passos que faltam para o choque. 
5.1 - Odeio a sensação que esse sorriso amarelo causa. Não está restrito apenas para o momento de "estranhamento", ele também aparece quando você tenta ser simpático com aquela vizinha idosa e propensa à fofoca que mora na sua rua. Depois de sorriso posto e sorriso tirado, seu rosto parece provocar um mal e estranho estar no seu humor, odiável. 

6 - Quem? Pô! que mania irritante!! Foi você quem me ligou, primeiro identifique-se e depois pergunte "por favor, quem está falando?"!!! É realmente uma prova para minha pequena paciência ter que atender diariamente a esses telefonemas e ter que responder ao "queeeem?" (note, em geral essas pessoas atenuam o "e") com um quase educado "quem está falando?"! Por favor, não liguem pra minha casa e digam "queeeeem?" logo após o "alô?"!!! 

7 - Pode ser no cinema, no ônibus, entre amigos, mas onde mais me incomoda (porque é onde mais fica audível) é quando estou assistindo Big Brother (bem-feito! quem mandou assistir porcarias televisivas?). Odeio barulho de pessoas se beijando. Eu avisei, coisas corriqueiras que realmente me irritavam. Imagine aquele barulho microfonado pra televisão de casais que por si só já são irritantes como Solange e Rogério, ou, das antigas, Tryso e Manuela... 

8 - Também odeio o barulho de alguém mastigando algo, principalmente se é maçã, biscoito e coisas suculentas, barulhentas... aquilo é capaz de me provocar arrepios nervosos. 

9 - Sanduiche deliciosamente calórico depois de chegar em casa varado de fome. Refrigerante só pra alimentar o vício. Lá está você comendo um pacote de biscoito Bono doce-de-leite, só sobraram dois no pacote. Você come o penúltimo rapidamente. Para "o" último dos moicanos está reservada a cerimônia da última ceia, do condenado à morte que tem como último desejo a comida que vai transportá-lo aos tempos da juventude, da pureza, do colo da mãe, ou da amada. É para ele, o último biscoito, o último gole, o último pedaço, que está reservado e onde está contido todo o sabor da guloseima como um todo. É nele que vai se lembrar dali a alguns momentos quando desejar repetir a dose. Já deu pra entender? Pois o infeliz ao seu lado viu você comer todo o seu suprimento e esperou chegar no "the one" para poder experimentar um pouquinho! Que experimentar um pouquinho o quê?!! Uta ue Ariu!! Brincadeira, isso realmente me irrita!! O último pedaço pode não permitir que me una nos laços matrimoniais, como diriam os mesmos que comem primeiro para que ninguém leve seu companheiro embora, mas, e daí? Quem pensa em casamento quando o que está em jogo é pacote de Baconsitos? 

10 - E, por sim, mas não menos importante na escala das iras, odeio aquele frio na barriga sem razão. Acontece, em geral, quando algo que você não quer enfrentar, uma situação que adoraria passar por cima (em geral, coisas simples, como o que o primeiro dia de aula sempre provocou em mim), está se aproximando, mas você se esqueceu que vai passar por isso. Então, lá está você, sem nenhuma preocupação real na cabeça mas com uma enorme movimentação na barriga. Chega a ter um elevador vazio que sobe e desce, garganta ao umbigo, e você não consegue entender o que há. Essa ansiedade irracional, odeio!
--------->comenta, vai: 0 

Quarta-feira, Março 10, 2004


"... Enquanto isso eu vou removendo o amor de dentro desse barco que já afunda, nem que seja com um baldinho, aos poucos, tirando de Claire e distribuindo entre os amigos, pelos meus livros, pela música, pelas pessoas que o valorizam e o merecem. Não digo "dessa água não beberei", nunca se sabe o tamanho do deserto quando se entra nele, e pode ser que eu tenha sede, mas esteja certo de que estou procurando outras fontes." (não sei de quem é, li em intanteanterior.blogger) 

E mais uma vez eu estava pronta pra escrever sobre algo do meu dia quando me deparo com isso. Caramba! Gostei demais dessa imagem.... de repente não dá mais vontade de escrever. Naum chegaria a uma imagem como essa... 
Enfim, depois de mais de um ano sem nem brincar de subir num palco, aconteceu! Simples, coisa boba. Mas é com pequenas coisas bobas que você encontra sentido prum dia. Retomei há uns dias uns ensaios com o meu antigo grupo de teatro e montamos uma performance prum lançamento de um livro de uma senhora (Maria Helena Oliveira Cardoso), do qual nos utilizamos de uns poemas numa peça passada, num passado remoto... Enfim, montamos a performance. Não sei. Não sei se ficou bom, qual a impressão. Não sei. Sei que havia me esquecido de fazer coisas que gosto. Coisas que realmente gosto. Coisas como jogar basquete com umas amigas de colégio, como andar de bicicleta só pra sentir o vento no rosto. De me estressar pra montar uma peça, de sentir aquela tensão do caramba antes da coisa começar. De ver tudo fluindo dentro de você. O coração batendo forte, a respiração pesada. De se sentir um ser pulsante. Fico com a lembrança delas aqui dentro. Não há um dia em que não venham passear na minha memória, mas não há dia em que ela fuja do meu mundo de faz-de-conta e marque um encontro comigo, pra tomar um café, pra perguntar quando vamos realizar o projeto. 

Meu texto, na peça: 
Quando vou ao seu encontro 
E você não me acolhe, eu já não sofro 
Não é a mim que você rejeita, mas ao diferente que eu represento 
Tudo o que não corresponde ao que você pré-estabelece, invade-o, desestabiliza-o 
Pena, meu amor, perdemos uma oportunidade de celebrar a vida porque você não sabe ampliar espaços. 

Enfim, não é nenhuma obra-prima da poesia contemporânea, mas gosto de ouvir sobre a solidão de se estar acompanhado. É engraçado isso. Quantas vezes, sozinha, lamentei estar sozinha. Mas, quantas tantas outras vezes, acompanhada, lamentei (ainda) estar sozinha. Engraçado, naum é? E parece que esses momentos são esquecidos. E passo a lamentar profundamente uma solidão que não é ocasional. É a mesma. A solidão que naum pode ser preenchida. É o vazio de se estar vivo e a consciência disso. Naum. Naum é pessimismo ou algum tipo de tragédia melodramática. É simples: há coisas que são. São o que, Milena? Nuam importa. O vazio vai estar ali. Sempre. Ou, pelo menos nos meus quase 21 anos eu naum descobri um "vacúolo celular" capaz de retirar o excesso do ambiente e jogar para a célula. Não conheço essa figura estabilizadora. 
"Enquanto isso eu vou removendo o amor de dentro desse barco..." 
Muitas coisas... muitas coisas... minha cabeça fica a mil depois do palco... poderia escrever pro Papa... Pequenas coisas, foi como eu disse, pequenas coisas que esqueci, que criei outras ilusões. Esqueci o palco, o barco, o vazio. Maquiei a realidade, agora suada de cansaço, pingando de calor, querendo se lavar. Pois, seja bem-vinda! Eu já tomei a poção da Alice. Escolhi a pílula vermelha. Não estou pronta. Mas, quem está? 

"... Não pense que estou triste. Estou feliz por ter vivido tantas coisas, por ter aprendido a suspeitar de tudo que é exato, porque a vida não faz nenhum sentido, e eu precisava entender isso o quanto antes." ...
--------->comenta, vai: 0 

Segunda-feira, Março 08, 2004


É, nem sempre mente parada é oficina de satanás, assim como nem tedo ócio é produtivo. 
Enquanto as coisas não pegam pro meu lado (aula pra valer só semana que vem, e ainda assim não vai estar muito pesado), fico aqui, tentando descobrir como se mexe nessas coisas do computador... descobri esse Corel Rave, estrnho... tentei fazer essa animação, ficou simpaticamente tosca, eu sei... 
Quanto ao filme, assisti faz uns 10 dias já, desde lá é que estou tentando esse gif... Mas fica aí minha indicação: Amadeus, filme sobre um cara que morria de inveja do Mozart. Na verdade, ele tinha total consciencia do quanto ele era insignificante perto do Mozart (tema recorrente, ham?), mesmo sendo um músico bom, não poderia sair da "média"... Enlouquecido de ódio, vai para uma clínica onde conta sua história para um padre. Por isso, a cena final, ele, putz! esqueci o nome dele..., sendo empurrado na cadeira de rodas, "absolve" as pessoas pelo pecado mortal de ser mediano... Bom saber que não sou só eu quem sofre por estar no meio da multidão. 
Quem sabe aproveite meu empenho para com os desenhos e reproduzo a imagem que me vem a cebeça toda vez que digo sobre "sair da média", destacar-se... po! Conseguem imaginar um monte de cabecinha grudada, altas, bem juntas mesmo, com a mesma cara, daí um serzinho menor tentando empurra-los, braços esticados e muita, muita força... tá, mas isso é pra outro dia... 


--------->comenta, vai: 0 

Quinta-feira, Março 04, 2004


MALDITO PRESUNTO! 
Como pode um pequeno pedaço delicioso do porco te derrubar por um dia inteiro? Uau! Parece que tudo entre meu pescoço e minhas pernas está se contorcendo. Num ritmo lento e desordenado, constante e persistente. Uau! 
Pelo menos, impossibilitado de assitir televisão, ler um livro, ouvir música (afinal, um Enjôo nunca vem sem estar acompanhado de uma Senhora Dor-De-Cabeça!), você descobre que tem um cérebro, e que de dentro dele sai cada coisa!! Devido à vitória do meu corpo sobre minha vontade de me manter ativa, algumas idéias "interessantes" brotaram em mim. 
Enfim, dei-me o direito de voltar atras. Sim, de me arrepender, de dizer "devia ter", "gostaria de", "se eu pudesse", "pensando bem"... e a lista é interminável. Nunca neguei que não sou dessas pessoas que não se arrependem de nada, não sou "se pudesse viver novamente faria tudo da mesma maneira". Não, mudaria coisas, amaria mais alguns e amaria menos outros. Pediria mais desculpas e tentaria consertar aqueles erros letais. Choraria em público enão ia me envergonhar de sentir coisas estranhas. Falaria mais e também falaria menos, assim como ia pensar melhor antes de fazer algumas coisas e deixaria de pensar pra fazer tantas outras... E, mais, dei-me ao direito de voltar atras, no que eu disse, no que eu pensei e no que eu não fiz (se bem que o que está feito, está feito). Já não sei mais se quero cortar meu cabelo, se vou dirigir antes do meu aniversário, se vou procurar manter o bom humor todos os dias, o dia todo. É simples, pra alguém que fala demais, como eu, é difícil manter uma coerência. Também andei pensando (brincadeira, fiquei ateh 5 horas da tarde na cama, nada de andar) sobre como a única certeza sobre minha personalidade é não saber direito como eu sou. Isso me deixa meio sem chão, já falei sobre isso algumas vezes, mas, talvez, eu possa me confortar com o fato de não ter um "padrão". É isso, posso mudar o tempo todo, e daí? E daí mesmo!! Por que preciso ser previsível, igualzinha, coerente? Por motivo nenhum!! 
Enfim, o que um presunto não te faz pensar!!! Da próxima vez que comer algo estragado espero ter a experiência do Delírio. É Machado, minha gente, Memórias Póstumas de novo. É, quero poder subir no lombo de um hipopótamo e viajar os séculos, ver Adão e Eva, Caim e Abel, Cleópatra e Marco Antônio, Joana D'arc e as visões, Marilin Moore e JK, Elisabeth Taylor, Pelé. Pronto. Poder voltar e ver que ainda não é o fim, que daqui, desse serzinho estranho estirado na cama, ainda pode brotar muitos bons frutos, que daqui ainda vai sair muita coisa pra que eu me arrependa. E qual o problema? Ver que depois de tudo eu estou cheia de machucados, de cicatrizes, mas que vou saber contar cada uma das histórias das tais marcas. E que, (estou começando a acreditar na teoria de um certo amigo) se só posso saber que estou viva quando "sinto", bem, vou estar viva. E que se a vida passou por mim, eu também passei por ela, e trocamos marcas, e mudamos uma por causa da outra, e que se não há um grande motivo pré-estabelecido pra eu estar aqui, não importa, "vocês vão ter que me engolir". 
Mas, voltando ao presunto... maldito!
--------->comenta, vai: 0 

Terça-feira, Março 02, 2004


E assim, num dia 2 de março, meu blog completa 1 ano. Quer dizer, é muito emocionante!!! Hehehe!! Serio, pensar que tudo isso começou com uma brincadeira, curiosidade pra saber como era, como escolhia um template (template? que eh isso???)... e acabou que abandonei meu velho caderno e passei a escrever coisas aqui que mataria se visse alguém lendo no meu caderno... bacana lidar com esse lance de "privada-publica"... E interessante que com o tempo você acaba descobrindo que por vários momentos do seu dia, voce está a procura de algo para escrever no blog, deixa de ser algo ocasional para assumir um compromisso com quem voce sabe que te visira... Ah! E isso eh muito jóia! Acaba aprofundando algumas amizades pelo costume de dar uma olhadinha no que seu amigo está escrevendo, e de uma espiada, você se transforma num cumplice, conhece outras pessoas que te dão novas inspirações, trocam experiências e descobre que você não é o único lúnático a procurar sentido para seu dia a dia, que não é o único que sofre, que chora, que se indigna com o mundo, com a política, com os pais, que não é o único que gosta "daquela" música ou poema... enfim, mesmo tendo cara de egoísta, de que se dane o que os outros tão pensando, eu preciso é falar, essa foi uma das grandes descobertas e oportunidades de "conhecimento" durante esse ano... foi bom poder dizer quem eu sou, ou mostrar o quão perdida estou nesse busca; enfim, passei o dia inteiro pensando no que escrever nesse aniversário, contraditoriamente fiquei ouvindo uma musica (nova pra mim) sem parar. Aparentemente uma coisa naum tinha nada a ver com a outra... achei que não iria sair texto algum daqui, foi quando, bem, me toquei que o blog é pra isso, está aqui porque todo mundo sofre, todo mundo se machuca, 'quando o dia é longo e a noite é somente sua, quando você tem certeza que já teve o bastante desta vida, bem, agüente... Não desista de si mesmo, porque todo mundo chora e todo mundo sofre, às vezes... Às vezes tudo está errado, nesse momento é hora de cantar junto. Quando seu dia é noite, sozinho, (agüente, agüente) se você tiver vontade de desistir (agüente....) se você achar que teve demais desta vida, Bem, persista... Pois todo mundo sofre, consiga conforto em seus amigos. Todo mundo sofre... Não se resigne, Oh, não! Não se resigne, quando você sentir como se estivesse sozinho. Não, não, não, você não está sozinho... Se você está por sua própria conta nesta vida, os dias e noites são longos, quando sentir que teve demais desta vida para persistir... bem, todo mundo sofre, às vezes, todo mundo chora. E todo mundo sofre às vezes... todo mundo sofre... você não está sozinho...' Era isso, entende, EVERYBODY HURTS, R.E.M., sometime, every bodys hurts... todo mundo, eu não estou sozinha, e isso é consolador, é poder sentir que se está vivo!!!