sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tudo, tudo, tudo

E quando eu penso em tudo, nas certezas mais certas, nas horas mais felizes, nos encontros mais banais, nos telefonemas interrompidos, nos sonos profundos, na mão na perna, no cabelo grisalho, nas noites de domingo, o sushi, o cinema, o Manhattan Conection, quando eu penso em tudo, tudo parece sinceramente correto, perfeitamente no lugar, alegremente bom. E quando eu penso em tudo que foi, esqueço o quanto eu te odiava tantas vezes, quanto me irritava com as manias, quanto te via egoísta, me via menor, me queria outra, desejava a distância. E quando tenho tudo junto de novo, o que foi e o que somos, quero tudo de novo, quero tudo, a proximidade e a separação, teu corpo e teu silêncio, meu ódio e a necessidade do seu olhar, a cumplicidade e a incompreensão, a incerteza e o medo, a calma e o futuro. E quando peso tudo, decido que vou partir novamente, ir, fugir, correr, sofrer, chorar, mentir, quebrar, sumir, doer até que você saiba listar tudo o que quer de mim, de você, dos outros, do mundo e, claro, de nós.

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